«Nenhum ciclo foi interrompido na Maternidade Alfredo da Costa por razões administrativas», foi esta a resposta de Jorge Branco, presidente do conselho de administração da Maternidade Alfredo da Costa (MAC), relativamente a tratamentos de infertilidade realizados na instituição.
A questão surge depois de ter sido noticiado que os tratamentos na Maternidade Alfredo da Costa tinham sido “brutalmente” interrompidos devido a uma norma da Administração Central de Sistemas de Saúde (ACSS).
A norma é de 12 de Agosto e determina que, para 2010, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) financia “um ciclo de tratamento de segunda linha, fertilização in vitro ou injecção intra-citoplasmática de espermatozóide para cada caso/casal”.
Em entrevista ao SAPO, Jorge Branco garantiu que «todos os meses se cancelam ciclos por razões clínicas e só esses foram cancelados».
Para o profissional de saúde, «não se pode ver separadamente a medicina da economia e este caso da redução ou limitação de um ciclo este ano é exactamente um exemplo. O Estado e a economia do país tem capacidade para pagar o que tem e portanto é muito mais sério dizer aos casais ou outra patologia qualquer, nós podemos pagar isto em cada ano, do que não o fazer e depois não o contribuir.»
A infertilidade afecta 10% dos casais portugueses e apesar de quase todos desejarem tratamentos de fertilidade gratuitos, 70 % acaba por ter de recorrer a clínicas privadas, refere um estudo realizado pela DECO em Março deste ano.
@ Carla Sofia Silva
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