"Para promover a fixação de jovens em territórios de fronteira é preciso criar regras para normalizar a cooperação transfronteiriça ao nível das universidades ou centros de investigação e conhecimento, de forma a promover a economia", frisou José Maria Costa, que é também presidente da câmara de Viana do Castelo.

Numa reunião que decorreu hoje em Miranda do Douro, no distrito de Bragança, as 99 entidades que integram a RIET afirmaram que é tempo promover um novo modelo jurídico mais facilitador da melhoria das relações entre os territórios ibéricos fronteiriços.

José Maria Costa frisou que a RIET é um organismo ibérico que foi capaz de agregar ao longo de mais de 1.200 quilómetros de fronteira um conjunto de entidades que vão desde universidades as associações empresariais e municípios tornando-se o território num espaço de "concertação ao longo da raia".

Por seu lado, José Couto, presidente da RIET e também presidente da Confederação dos Empresaria do Centro, com sede em Coimbra, enfatizou que qualquer empresário que se fixe no interior não pode olhar só para o mercado do seu país, terá de ter em conta que há oportunidades de negócio do lado espanhol. "A grande preocupação passa por captar investimento para estas regiões de fronteira e, ao mesmo tempo, perceber que não há só oportunidades nos territórios do litoral, como é caso do Grande Porto ou da Grande Lisboa, já que o interior está dotado de infraestruturas capazes de dinamizar investimentos", salientou.

Já o presidente da câmara de Miranda do Douro, Artur Nunes, falou numa nova centralidade para o distrito de Bragança, em relação à província espanhola de Castelo e Leão, referindo que o seu concelho é o que se encontra mais perto da rede de alta velocidade que passa na vizinha cidade de Zamora. "A fronteira marca oportunidades de desenvolvimento para os territórios que a integram e os grandes eixos de desenvolvendo passam igualmente pelo transporte ferroviário de alta velocidade", indicou o autarca transmontano.

A Rede Ibérica de Entidades Transfronteiriças, RIET, agrupa 22 entidades transfronteiriças, políticas, empresárias e universitárias, que representam a totalidade do território da fronteira luso-espanhola, que se estima que representam mais de 12 milhões de habitantes e mais de 200.000 empresas nos referidos territórios.

A fronteira luso-espanhola, que se estende ao longo de 1.234 km, entre a foz do rio Minho e a do rio Guadiana, é a mais estável, antiga, extensa e dinâmica de toda a União Europeia.