De acordo com dados da empresa, uma das duas que venceram o concurso lançado este ano para o fornecimento de refeições nas escolas públicas, as refeições vegetarianas servidas nos estabelecimentos de ensino “são residuais”, com uma média de três refeições/dia por escola.

A Uniself serve 883 escolas públicas e privadas, distribuídas por todo o território continental, bem como nas ilhas dos Açores e Madeira. No total, segundo a empresa, “são mais de 190.000 refeições/dia”.

Ainda segundo a empresa, “no quadro de medidas de combate ao desperdício alimentar, pode ser dispensado o cumprimento da obrigação de inclusão de opção vegetariana perante a ausência de procura nas cantinas”. Em caso de procura reduzida pela opção vegetariana, “as entidades gestoras das cantinas podem estabelecer um regime de inscrição prévio de consumidores”, acrescenta.

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Segundo dados fornecidos à agência Lusa pelo Ministério da Educação, venceram este ano o concurso para fornecimento de refeições escolares (com prazo de três anos), as empresas Uniself (nas regiões Norte, Lisboa e Vale do Tejo e Alentejo) e ICA, Indústria e Comércio Alimentar (região Centro). A região do Algarve não tem refeitórios escolares adjudicados.

Refeições vegetarianas representam 0,28% das refeições servidas

Contactada pela Lusa, também a ICA, que fornece 7.000 refeições diárias em 400 estabelecimentos de ensino, corrobora a ideia de que as refeições vegetarianas servidas até agora são residuais.

De acordo com a empresa, segundo dados referentes aos primeiros 30 dias de aulas, apenas 0,28% das refeições servidas foram opção vegetariana, ou seja, uma em cada 357 refeições servidas pela ICA e consumidas nas escolas foram vegetarianas.

Os dados do Ministério da Educação indicam que são 1.148 os refeitórios em funcionamento em Portugal continental nas escolas de 2.º, 3.º ciclos e secundário, sendo 348 de gestão direta, 776 de gestão adjudicada e 24 de gestão autárquica.

No início do ano letivo, a Ordem dos Nutricionistas veio defender que a qualidade da alimentação vegetariana introduzida nas escolas deve ser salvaguardada por um nutricionista presente na escola.

A obrigatoriedade do fornecimento de uma opção vegetariana abrange todas as cantinas públicas e refeitórios do Estado.

Segundo os dados do Inquérito Alimentar Nacional e de Atividade Física 2015 – 2016, as crianças e os adolescentes são os que consomem maior quantidade de leite, iogurte e cereais de pequeno-almoço, mas em contrapartida são o grupo que menos ingere fruta e produtos hortícolas.