“O nosso objetivo era manter o pretexto e dizer que a escola realmente é imperativa aqui”, explicou a presidente da comissão executiva da Associação de Pais da Escola Básica Integrada da Quinta do Conde (APEBIC), Ana Oliveira, que organizou o cordão humano juntamente com as restantes associações de pais da Quinta do Conde, a Junta de Freguesia e a Câmara de Sesimbra.

O cordão humano uniu as sedes dos três agrupamentos de escolas da Quinta do Conde - a Escola Básica Integrada da Boa Água, a Escola Básica Integrada da Quinta do Conde e a Escola Básica 2,3+S Michel Giacometti.

A construção de uma nova escola secundária na Quinta do Conde já esteve prevista pela empresa pública Parque Escolar e a Assembleia da República também já aprovou vários projetos de resolução, do PS, BE, PCP e PEV, que recomendam a construção daquele equipamento, reclamado pela população há mais de uma década, mas que tarda em ser construído.

A escola secundária que existe na Quinta do Conde – Escola Básica 2,3+S Michel Giacometti – tem capacidade para 900 alunos e “está a abarrotar” com 1.400 alunos, neste ano letivo, alguns dos quais têm aulas em “pavilhões provisórios” que ali estão “há vinte anos”, indicou Ana Oliveira.

A responsável sublinhou que a principal preocupação das associações de pais é que, ao serem transferidos para escolas da periferia, os alunos tenham de se “levantar muito cedo” para apanhar “três transportes que levam duas horas, no mínimo, para cada lado do percurso”.

“Mesmo dentro do agrupamento, para a escola de Sesimbra, eles levam imenso tempo porque não há afluência de transportes. As crianças que saem às 16:30 e só têm transportes às 17:30 ou 17:45", sublinhou Ana Oliveira.

As refeições em escolas de todo o mundo

Os alunos em causa têm idades compreendidas entre os 13 e os 16 anos.

A situação agrava-se porque estes alunos, quando chegam às escolas da periferia, têm de se matricular num curso que esteja “disponível” depois das inscrições dos estudantes dessas localidades e não "na opção em que estão mais interessados ou que têm vocação", acrescentou.

Estes fatores conjugados resultam em que os jovens não tenham as “horas de descanso necessárias" nesta faixa etária, andem de transportes públicos “uma data de horas” diariamente e, quando chegam a casa só querem “tomar banho, comer e ir para a cama, não têm cabeça para estar a estudar”, considerou Ana Oliveira.

Após o cordão humano houve um conjunto de intervenções na Escola Básica 2,3+S Michel Giacometti, onde estiveram o presidente da Junta de Freguesia da Quinta do Conde, Vítor Antunes, e a vereadora da Educação da Câmara de Sesimbra, Felícia Costa.

“A vereadora disse que está na luta connosco, que tem feito tudo o que está ao alcance da Câmara. Fizeram várias reivindicações, reuniram com o Ministério da Educação mas a resposta é sempre a mesma: sabe que há necessidade, mas continuam a fazer estudos”, explicou a responsável da associação de pais.

A Câmara de Sesimbra e as associações de pais da Quinta do Conde já entregaram um estudo demográfico com dados que vão desde o número da população, a área onde residem, o facto de estarem bem localizados e haver acessibilidades e ainda os transportes e o número de alunos que vão para as escolas das periferias.

A responsável concluiu ainda dizendo que querem “apenas um edifício normal, com paredes, portas e chão e que os miúdos tenham condições para estarem a estudar.”

Um bocadinho de gossip por dia, nem sabe o bem que lhe fazia.

Subscreva a newsletter do SAPO Lifestyle.

Os temas mais inspiradores e atuais!

Ative as notificações do SAPO Lifestyle.

Não perca as últimas tendências!

Siga o SAPO nas redes sociais. Use a #SAPOlifestyle nas suas publicações.