O nascimento de George Alexander Louis, filho do príncipe William e de Kate Middleton fez disparar a discussão sobre os nomes compridos ou bizarros que os famosos põem aos filhos.

 

Se considera que o seu nome é estranho e que os seus pais ou padrinhos não deveriam estar com o discernimento todo quando escolheram o seu nome, conheça alguns nomes que as estrelas do showbiz deram aos filhos. E passe a adorar o seu!

 

Pelo menos, uma coisa é certa: por muito nome esquisito que se chame a uma criança portuguesa, ainda não estamos no Canadá, onde um casal enfrenta uma multa por ter chamado aos filhos Kitchen, Bedroom e Garage (Cozinha, Quarto e Garagem). E em Hollywood, está a tornar-se impensável chamar Mary ou John a uma criança.

 

Alguns dos filhos dos famosos chamam-se Criket Pearl (Busy Phillips); Ace Knute (Jessica Simpson); North West (Kim Kardashian e Kanye West); Poppy e Lilac (Anna Paquin); Rainbow Aurora (Holly Madison); Breeze Beretta (Levi Johnston); Moroccan e Monroe (os gémeos de Mariah Carey); Kal-El (Nicolas Cage); Pilot Inspektor (Jason Lee); Moxie CrimeFighter (Penn Jillette); Nakoa Wolf Manakauapo Namakaeha Momoa (Lisa Bonet); Bronx Mowgli (Ashlee Simpson); Mars Merkaba, Puma Sabti e Seven Sirius (Eryka Badu); Egypt (Alicia Keys); Buddy Bear Maurice, Petal Blossom Rainbow, Daizy Boo Pamela e Poppy Honey Rosie (Jamie Oliver); Sparrow James Midnight e Harlow Winter Kate (Nicole Richie); Rhiannon, Rogue, Rebel Antonio, Racer Maximilliano e Rocket Valentin (realizador Robert Rodriguez); Zuma Nesta Rock e Kingston James McGregor (Gwen Stefani); Bear Blu (Alicia Silverstone); Blu Angel (guitarrista The Edge); Bluebell Madonna (ex-Spice Girl Geri Halliwell); Diva Thin Muffin, Dweezil, Ahmet Emuukha Rodan e Moon Unit (guitarrista Frank Zappa); Jordan, Memphis Eve, Elijah Bob Patricius Guggi Q e John Abraham (Bono); Harper Seven, Cruz, Romeo e Brooklyn (David e Victoria Beckham); Frances Bean (Kurt Cobain e Courtney Love); Fifi Trixiebelle, Peaches Honeyblossom e Little Pixie (Bob Geldof e Paula Yates); Amber Rose Tamara, Saffron Sahara e Tallulah Pine (Simon e Yasmin LeBon); Heavenly Hiraani Tiger Lily (Michael Hutchence e Paula Yates); Teddy Jo, Justice, Hud e Spec Wildhorse (cantor John Cougar); Vivienne Marcheline, Knox Léon, Pax Thien, Shilol Nouvel, Zahara Marley e Maddox Chivan (Brad Pitt e Angelina Jolie); Willow Sage (cantora Pink); Scarlet Rose, Sistine Rose, Sophia Rose, Seargeoh e Sage Moonblood (Sylvester Stallone); Rosalind Arusha Arkadina Altalune Florence, Levon e Maya Ray (Uma Thurman) e Heaven Love’on, God’Iss Love e Justin (cantora Lil’Mo).

 

Os famosos portugueses, tirando algumas exceções (como a Lyonce Viiktória e a Lyani Viiktória, filhas de Luciana Abreu e Yannick Djaló), são mais comedidos. Por aqui, a onda parece ser a inversa: a de pôr os mesmos nomes a todos os miúdos, o que parece corresponder, além do gosto pessoal, à tendência para proteger uma criança dando-lhe um nome que já se sabe que será bem aceite socialmente.

 

Depois da avalanche de meninas chamadas Joana, temos Mariana (Nicolau Breyner, Júlio Isidro, Carlos Cruz, Simão Sabrosa e Jorge Gabriel, entre outros, têm uma Mariana em casa), seguida de muito perto por Carolina, (Júlia Pinheiro, Patrícia Tavares, Luis Represas, Cláudia Piloto, Carlos Xavier), Beatriz (Catarina Tallon, Vítor Baía, João Melo, Fátima Lopes) e Francisca (Júlio Isidro, Rita Salema, D. Duarte, Cláudia Piloto). Também muito escolhidos entre os nossos famosos são Matilde, Maria, Marta, Constança, e Catarina. Entre os rapazes também existem nomes vencedores. Um é António (Rui Reininho, Carlos Xavier, Maria Manuel Cyrne), outro é Martim (Joana Lemos, Rute Marques, Margarida Mercês de Melo), seguido de Afonso (D. Duarte, Elsa Raposo) e Guilherme (Sofia Alves, Luis Esparteiro). Também escolhidos são Tomás, Gonçalo, Francisco, Manuel, Vasco, João Qualquer Coisa e José Qualquer Coisa.

A IMPORTÂNCIA DO NOME

Na infância, o nome próprio assume um papel extremamente importante no crescimento. É o primeiro bilhete de identidade da criança e uma característica que a acompanhará para o resto da vida. «Os nomes não condicionam», sublinha o psiquiatra Daniel Sampaio. «Mas influenciam as crianças e disso não há dúvida.»

 

Numa altura em que a criança está a construir a sua identidade, o nome «é determinante na maneira como estabelece a primeira ligação ao mundo social», refere o psiquiatra. Por isso, quando o nome é demasiado invulgar, é frequentemente alvo de críticas «dos colegas e até dos professores». Em contraste, quando o nome transporta a referência a um antepassado da família de quem a criança tem uma imagem feliz, «estabelece-se uma influência positiva«.

 

E AGORA? BATO-LHE?

O pediatra Gomes Pedro diz que é nesta guerrilha que a criança «constrói a sua afirmação e a sua autoestima».

 

Apesar disso, Rita Jonet, psicóloga infantil, acredita que os nomes, por si só, não são fatores de exclusão social. «Tudo depende do clima da escola. Se a troça e a ridicularização forem comuns então tudo é pretexto para se gozar o próximo, até os nomes», explica.

 

Mas há outros fatores que interferem na socialização na infância como «a maneira de vestir, de falar ou de brincar». Os adultos, sublinha a especialista, têm um papel fundamental neste processo, «porque são modelos essenciais na aceitação das diferenças».

 

Assim sendo, os pais têm mesmo de saber lidar com o problema. Gomes Pedro refere que a maior parte das crianças tenta esconder, em casa, que é ridicularizada e «quando conta aos pais é porque está realmente fragilizada». A eles cabe «prepará-la para que possa construir, a partir destes percalços, a sua autoestima».

 

Se as investidas dos colegas forem muito frequentes, então é hora de contactar a direção da escola, «que deve pôr termo à situação». Até porque, como refere Daniel Sampaio, «a escola por vezes é violenta, tal como a sociedade o é». A criança nunca deve mostrar que fica afetada ou melindrada com as piadas dos colegas. Daniel Sampaio sugere várias técnicas que os pais podem transmitir aos filhos: «Deve contra-atacar e responder aos insultos com humor, um grande sorriso e até com orgulho por ser diferente.»

O FARDO DO NOME DE UM FAMOSO

Se está a pensar chamar ao seu filho Cristiano Ronaldo ou Alexandre, o Grande, esqueça. Daniel Sampaio avisa que não é boa ideia atribuir nomes de figuras demasiado conhecidas às crianças – que vão ter sempre de conviver com a sua sombra. «Traz-lhes grandes expectativas e uma pressão constante. Se um miúdo se chamar Cristiano Ronaldo e jogar mal à bola na escola será, certamente, ridicularizado», exemplifica. Pressões assim podem acarretar insegurança, ansiedade ou agressividade.

 

O ideal é optar por nomes que «não se distingam muito dos da moda, mas que, obviamente, sejam do gosto dos pais». Deixando, então, de parte nomes mais espalhafatosos ou excêntricos.

 

Escolher o nome do filho é uma tarefa que requer muita ponderação. Alguns estudos demonstram que crianças com nomes estranhos têm notas piores e são menos populares do que os seus colegas na escola primária. No ensino superior têm mais hipóteses de chumbarem e de virem a sofrer de neuroses.

 

Mas estas conclusões nunca reuniram o consenso dos investigadores. Os economistas Roland Fryer e Stephen Levitt defendem que estas consequências derivam não só do nome, mas de muitas variáveis socioeconómicas. «Os nomes só têm influência significativa quando são a única coisa que se sabe sobre a pessoa», escreveu Martin Ford, psicólogo do desenvolvimento da Universidade George Mason.

 

Contudo, a brasileira Regina Obata, que escreveu O Livro dos Nomes, defende que os pais devem mesmo ter atenção aos nomes que escolhem. «É um atributo involuntário imposto pelos pais aos filhos e que pode abrir e fechar portas durante a sua caminhada. Deve sempre pensar-se se o nome não poderá submeter o filho a futuros problemas – quer por ser foneticamente desagradável, quer por ter um significado extravagante ou excêntrico.»

 

REGRAS PARA ESCOLHER UM NOME

Em Portugal, o nome deve ter, no máximo, seis vocábulos em que os dois primeiros podem corresponder ao chamado nome próprio (ex. António Manuel) e os restantes ao chamado apelido ou sobrenome (ex. Soares Costa Fonseca Rocha).

 

Os nomes próprios devem ser portugueses e admitidos pela onomástica portuguesa (catálogo de nomes próprios) ou adaptados fonética e graficamente à língua portuguesa e não devem suscitar dúvidas acerca do sexo.

 

Os apelidos são escolhidos entre aqueles que os pais usem (os que pertençam a ambos ou a só um dos pais) ou outros a que os mesmos tenham direito, como por exemplo o apelido do avô que não conste do nome do pai.

 


PODERÁ TAMBÉM GOSTAR DE LER:

Escolher o nome do bebé