Uma nova associação de apoio a crianças e jovens em perigo e a mulheres vítimas de violência foi hoje oficialmente constituída no Porto por um grupo de 12 profissionais de áreas como o direito, medicina e assistência social.
De âmbito nacional, o “Projeto Criar” é uma associação benemérita, presidida por Maria Clara Sottomayor, juiz social e docente na área de direito da família na Universidade Católica do Porto.
Apoiar crianças e jovens em perigo, prestar serviços de natureza jurídica, clínica e social a mulheres, crianças e jovens, proteger mulheres e crianças vítimas de abusos sexuais, maus tratos, violência doméstica, tráfico de seres humanos e outro tipo de crimes são apenas alguns dos objetivos desta associação.
Em declarações à Lusa, Leonor Valente Monteiro, vice-presidente da associação, explicou que as primeiras ações a desenvolver irão centrar-se na educação para igualdade de género, para que “as crianças deixem de crescer com os estereótipos que lhes são incutidos à medida que crescem”.
“De inicio, as nossas ações visam implementar nas escolas os guiões que a Comissão para Cidadania e Igualdade de Género já editou, promovê-los junto das crianças, e, ao mesmo tempo, iniciar os ‘workshops’ para formar as pessoas que queremos que constituam o núcleo duro da associação”, disse.
O projeto surge com o propósito de abordar o direito da família de forma multidisciplinar, juntando as mais variadas valências – psicologia, psiquiatria, medicina e direito, entre outras disciplinas.
O intuito é dar respostas a problemas que “a maior parte das vezes não são tratados em rede, uma vez que não existe em Portugal nenhuma associação com este tipo de intervenção”, acrescentou.
“Iremos prestar, gratuitamente, serviços de atendimento jurídico, clínico e de assistência social. Podemos constituir-nos assistentes em processos-crime de maus-tratos, violência doméstica, abuso sexual de crianças ou de regulação de responsabilidades parentais, entre outros”, afirmou Leonor Valente Monteiro.
O “Projeto Criar” é constituído por uma equipa de doze elementos – a maioria dos quais advogados e psicólogos -, em regime de voluntariado, e ficará sedeado na Praça Filipa de Lencastre, no Porto, mas terá uma intervenção de âmbito nacional.
Lusa
03 de Junho de 2011