“O sindicato tem denunciado várias vezes esta situação e insistido na necessidade de uma nova escola na ilha, devido à perigosidade do atual edifício, uma construção com cerca de 30 anos que se está a degradar, sendo considerado um dos casos mais preocupantes de escolas com amianto utilizado na construção”, disse à Lusa Francisco Oliveira.

O sindicalista adiantou que esta iniciativa acontecerá em conjunto com a associação ‘Somos Porto Santo’, visando “alertar para o perigo desta situação e a ameaça que é para a saúde pública”, apontando que o Governo Regional da Madeira já admitiu que “os casos mais preocupantes de escolas com amianto são a do Porto Santo e depois a da Ribeira Brava”.

Mas, segundo este responsável, “não é só a escola que tem amianto, existindo outros edifícios na ilha com este tipo de material” e deu como exemplos os bairros habitacionais do aeroporto e dos professores, as instalações da Nato e do porto.

Francisco Oliveira referiu que o sindicato e a associação já efetuaram várias iniciativas para denunciar esta situação, tendo inclusive enviado “placas de amianto em envelopes almofadados para várias entidades nacionais e regionais, como o Presidente da República, o presidente do Governo Regional da Madeira, o ministro das Obras Públicas, entre outras”.

O dirigente sindical também argumentou que “só um estudo sério poderia aferir a relação causa-efeito da existência do amianto e os casos de cancro registados em professores e funcionários daquela escola”.

“A Madeira tem um bom parque escolar”, afirmou o presidente do Sindicato de Professores da Madeira, acrescentando ser “incompreensível que, estando a fechar outros espaços por causa desta situação, não se tenha investido na única escola existente do Porto Santo”.

Francisco Oliveira aponta que, “embora o Governo Regional tenha considerado a construção de uma nova escola no Porto Santo uma prioridade - que inscreveu no seu programa - já está a vender uma imagem diferente e a esconder a verdade, pois sabem que já não vêm apoios comunitários para uma edificação de raiz, apenas podem ir buscar dinheiro para remodelar o atual edifício”.

Segundo adiantou, “a nova escola foi prometida há mais de 10 anos, o projeto foi apresentado com pompa e circunstância pelo anterior vice-presidente do Governo Regional e ainda está exposto num placard no exterior”.

A agência Lusa contactou a Secretaria Regional da Educação da Madeira, tendo este departamento do executivo insular respondido, por escrito, que “as necessidades infraestruturais da escola do Porto Santo estão identificadas”, adiantando que “as devidas intervenções constam do programa do Governo, sendo esta uma das duas escolas que serão alvo de reconstrução durante o atual mandato”.