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“A direção da APM congratula-se com esta consolidação da melhoria do desempenho dos alunos portugueses e reforça que ela se deve sobretudo ao trabalho continuado e ao investimento feito em Educação no nosso país, nomeadamente na formação inicial e contínua dos professores, no desenvolvimento da investigação e estudo em áreas do currículo e das didáticas específicas. Este investimento conheceu especial incremento, sobretudo no que toca à Matemática, entre os anos 2000 e 2011”, lê-se num comunicado hoje enviado.

Portugal conseguiu pela primeira vez resultados “significativamente superiores” à média da OCDE nos testes PISA em ciências e leitura, afirma o Instituto de Avaliação Educativa (IAVE) face aos dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico divulgados.

O PISA, na sigla em inglês, é um Programa Internacional de Avaliação de Alunos, em que Portugal participa desde 2000 e que se dirige estudantes de 15 anos, entre o 7.º e o 12.º ano. De 2012 a 2015, as pontuações médias de Portugal no PISA “aumentaram 12, 10 e 5 pontos em ciências, leitura e matemática, respetivamente”, segundo a análise do IAVE.

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“A direção da APM, perante estes resultados, alerta no entanto que medidas tomadas nos últimos anos podem começar a influenciar negativamente este progresso, a começar por medidas que afetam as condições de trabalho dos professores com os seus alunos até às mudanças curriculares que, no âmbito da Matemática, mostram já indicadores preocupantes”, defendem os professores de Matemática no comunicado hoje divulgado.

Para os docentes da disciplina, os resultados divulgados anteriormente, relativos aos testes TIMSS 2015, evidenciam já, no 1.º ciclo do ensino básico, “um desequilíbrio” notório no “estreitamento curricular” e no trabalho realizado no âmbito da disciplina. “Ao nível do ensino secundário, começa já a verificar-se que, no 10.º ano, há uma diminuição de procura do Curso de Ciências e Tecnologia o que, em nosso entender, se deve em grande parte à experiência com os atuais programas de Matemática para o Ensino Básico (e que ainda não tiveram impacto sobre os alunos que participaram no PISA de 2015), bem como à experiência também negativa com o atual programa de Matemática A”, acrescenta-se no documento.

A APM alerta para o programa de Matemática A, direcionado para os alunos do ensino secundário na área científica, estar a afastar os estudantes das carreiras de ciências e tecnologias, assim como das engenharias, “com consequências nefastas para o futuro do país”.