"Temos neste momento um problema com o Luxemburgo. É uma questão política e de grande delicadeza", disse Augusto Santos Silva, em resposta a uma pergunta do deputado do PSD Carlos Gonçalves sobre a "decisão unilateral" da autarquia luxemburguesa de Esch sur-Alzette de terminar com a oferta de ensino integrado para comunidades portuguesas, que abrangia 500 crianças.

O ministro, que falava numa audição na comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, sublinhou que Portugal tem "as melhores relações com o Governo luxemburguês", mas rejeita esta decisão. "Não aceitamos essas medidas de natureza unilateral", garantiu.

O chefe da diplomacia portuguesa afirmou que já houve contactos com os ministros dos Negócios Estrangeiros e da Educação do Luxemburgo e adiantou que se realizou "uma primeira reunião técnica" no dia 16 e está outra marcada para a próxima quinta-feira. Mas, destacou, "não é apenas um trabalho técnico, há uma questão de relacionamento bilateral e de política externa portuguesa".

Santos Silva disse acreditar que as negociações permitam "chegar a bom porto, porque essa é a tradição das relações com o Luxemburgo".

O ministro assegurou ainda que "o imperativo constitucional será cumprido".

Atualmente há 2.800 crianças a aprender português no Luxemburgo - 1.600 em cursos paralelos, 1.200 em ensino integrado. "Todos os 2.800 meninos terão ensino de português, nem que seja em cursos paralelos, da nossa exclusiva responsabilidade", salientou, ressalvando que o objetivo do Governo é que o ensino do português seja totalmente feito no âmbito do ensino integrado.