Para assinalar os 75 anos da inauguração do Portugal dos Pequenitos, a Fundação Bissaya Barreto (FBB), entidade que gere o espaço, pretende avançar, entre 2015 e 2016, com a construção de "novos monumentos representativos do Portugal contemporâneo", de forma a "não deixar o parque parado no tempo", disse à agência Lusa a presidente da FBB, Patrícia Viegas Nascimento.

A escolha dos monumentos ainda está a ser estudada, sendo o objetivo replicar edifícios portugueses pós-década de 1960, altura da última intervenção no Portugal dos Pequenitos, sublinhou, acrescentando que está também prevista a introdução de mais casas regionais.

Para além da criação de novos monumentos, que vai representar "mais de um terço do que já está edificado", a Fundação Bissaya Barreto pretende lançar "novos conteúdos e novas abordagens".

Respeitando a filosofia do parque, que se afirma "como projeto lúdico-pedagógico", pode haver "a introdução de alguma tecnologia" durante a reforma dos conteúdos pedagógicos, bem como a aposta nos audioguias, avançou Patrícia Viegas Nascimento.

Segundo a presidente da FBB, o investimento vai também incidir sobre as infraestruturas de apoio do parque, prevendo-se a criação de "um café, esplanadas, zonas de sombra", bem como intervenções na loja, instalações sanitárias e no espaço destinado ao serviço pedagógico.

O investimento ainda está dependente da opção "cópias fiéis ou réplicas" dos monumentos, mas sendo certo que será feito "ao longo de quatro ou cinco anos", estando o começo das obras dependente das candidaturas aos fundos comunitários, referiu.

Menos visitantes desde 2009

O parque tem vindo a ter um decréscimo no número de visitantes desde 2009, tendo registado em 2014 228 mil visitantes, menos 19% do que em 2005, em que registaram 283 mil entradas.

Nos últimos 10 anos, 2007 teve o melhor registo, com 331 mil, e 2012 o pior, com 211 mil visitantes.

Patrícia Viegas Nascimento atribui esta quebra à crise, salientando, no entanto, que 2014 foi "já um ano de recuperação", com um aumento de cerca de 8% face a 2013.

A maior parte das pessoas "vão três vezes na vida ao parque: enquanto crianças, pais e avós. É isso que também queremos combater", sublinhou.

"Uma atualização não me parece mal", comentou Nuno Jóia, de Sintra, que visitava o parque pela primeira vez, com a sua filha e mulher.

Maria Barradas, de nove anos, gostou da visita por poder entrar "nas casas e ver como era antigamente".

A mãe, Mafalda Caldeira, de Elvas, encontrou nos monumentos feitos à medida das crianças não só uma forma de "mostrar a História" às suas duas filhas, mas também de "reviver o tempo de criança".

"Achava isto enorme e vindo cá adulto é muito pequeno", apontou, considerando o parque "um encontro de Portugal".