Pela primeira vez, em 2012, Portugal registou menos de 90 mil nascimentos num ano. Agora, em 2013, o país pode ficar abaixo dos 80 mil. É essa a estimativa que se pode fazer, caso se mantenha o nível de queda, próximo dos 12 por cento, que aconteceu de janeiro a julho, avança a TSF.

 

As estimativas para 2013 são feitas à TSF pela presidente da Associação Portuguesa de Demografia com base nos números do Instituto Nacional de Estatística (INE).

 

Maria Filomena Mendes explica à rádio que «se a tendência continuar vamos chegar a 31 de dezembro com menos de 80 mil bebés a nascer nas maternidades».

 

«A dúvida é saber se vamos ficar um pouco acima ou abaixo da barreira dos 80 mil pois esta especialista não vê qualquer hipótese de nos aproximarmos dos números de 2012».

 

A queda verificada até julho é, aliás, maior que as dos últimos anos, e Maria Filomena Mendes não tem dúvidas em relacionar a falta de nascimentos com a crise económica.

 

Vanessa Cunha, socióloga do Instituto de Ciências Sociais, que tem em curso um estudo sobre o que motiva os casais a ter ou não filhos, explica que a falta de nascimentos resulta de uma mistura de vários fatores: crise económica, precariedade ou falta de trabalho, bem como a saída de muitos imigrantes e a emigração de muitos portugueses em idade fértil que acabam por ter os filhos no estrangeiro.

 

A socióloga sublinha que «os estudos que tem feito revelam que em Portugal as razões económicas pesam ainda mais na decisão de ter não apenas o primeiro mas sobretudo um segundo filho».

 

 

Maria João Pratt

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