O Plano Nacional de Leitura (PNL) deverá estar integrado nas rotinas das escolas e das bibliotecas escolares até ao ano letivo 2015/2016, disse hoje à agência Lusa o comissário do projeto, Fernando Pinto do Amaral.
O responsável falava à margem da abertura da sexta Conferência Internacional do PNL, que decorre hoje e na quarta-feira na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, subordinada ao tema "Aprender a ler".
O Plano Nacional de Leitura foi criado em 2006 para a promoção de hábitos de leitura entre os mais novos e cumpre atualmente a segunda fase de atividade, com final de execução previsto para o ano letivo 2015/2016.
Fernando Pinto do Amaral espera que nessa altura todas as atividades do projeto estejam automatizadas, façam parte das rotinas e estejam integradas "de forma plena" nas escolas.
O comissário, que tem mandato até ao final deste ano, escusou-se a fazer previsões sobre o futuro do PNL depois dessa data, referindo que atualmente as atividades estão focadas sobretudo na promoção de leitura entre os adolescentes, "porque é aí que existem quebras nos hábitos de leitura".
Na abertura da conferência, Fernando Pinto do Amaral, recordou que o PNL envolveu já mais de um milhão de crianças em práticas de leitura orientada nas escolas e bibliotecas.
"Até por razões de orçamento temos que apostar mais na qualidade", em ações de formação, por exemplo, referiu.
No ano letivo de 2011/2012, o PNL sofreu uma redução de 10 por cento de orçamento em relação ao anterior e Fernando Pinto do Amaral aguarda agora o Orçamento de Estado para 2013 para saber a verba que o projeto terá disponível.
A abertura da conferência internacional contou ainda com a presença da secretária de Estado do Ensino Básico e Secundário, Isabel Leite, que reforçou o interesse da tutela em manter o Plano Nacional de Leitura.
Durante o encontro serão debatidos temas como a leitura e a comunicação social e a promoção da leitura para o sucesso escolar e para a inclusão social.
A conferência encerrará na quarta-feira com a presença do ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, e com a princesa Laurentien da Holanda.
No ano passado, um estudo elaborado pelo Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa concluiu que em cinco anos o Plano Nacional de Leitura "ajudou a reforçar as competências de leitura" das crianças e jovens portugueses e que se registou uma evolução "em cerca de 20 por cento na perceção da importância da leitura".
Lusa
2 de outubro de 2012