A Sociedade Portuguesa de Pediatria (SPP) teme que as consultas de rotina no pediatra possam ficar em causa para muitas famílias que estão com grandes dificuldades financeiras, avança a Rádio Renascença.

 

A SPP não tem contabilizado o quadro destas situações, mas admite a validade deste cenário como reflexo da crise. Estas são questões em debate, a partir de hoje, no Porto, no Congresso de Pediatria que junta mais de mil profissionais em três dias de trabalhos.

 

António Guerra, pediatra, admite que o problema possa atingir grande escala: «Temos muitas famílias de risco, com dificuldades crescentes, com desemprego elevado, e não é difícil imaginar que as suas crianças possam vir a sofrer as consequências desta crise. Aliás, não está quantificado em lado nenhum quanto é que as crianças possam estar a sofrer com a crise que estamos a sofrer».

 

As consequências deste estado de coisas podem não ser imediatas, avisa António Guerra: «Uma criança que tem um maior risco de desenvolvimento de patologia, se não for alvo de um programa adequado de prevenção, virá a expressar doenças mais tarde».

 

 

Maria João Pratt