De todas as votações realizadas em plenário da Assembleia da República, esta foi a mais surpreendente, já que, no âmbito do grupo de trabalho especializado em Comissão Parlamentar de Saúde, este diploma tinha merecido rejeição maioritária.

Apesar de a direção da bancada social-democrata ter dado indicação de voto contra um diploma que visa possibilitar a maternidade de substituição em casos de "ausência de útero, de lesão ou de doença deste órgão que impeça de forma absoluta e definitiva a gravidez", o presidente do PSD e outros 23 deputados social-democratas contrariam esse sentido de voto.

Ao lado de Passos Coelho, estiveram vários membros das direções do partido e da bancada social-democrata: Carlos Abreu Amorim, Miguel Santos, Sérgio Azevedo, Ângela Guerra, Berta Cabral, Luís Vales, Sara Madruga da Costa, António Leitão Amaro, António Costa Silva, Fátima Ramos, Firmino Pereira, Emília Serqueira, Álvaro Batista, Duarte Marques, Regina Bastos, Margarida Lopes, Pedro Pinto, Jorge Moreira da Silva, Margarida Mano, Rubina Berardo, António Lima Costa, Paula Teixeira da Cruz e Teresa Leal Coelho.

Na banca social-democrata optaram pela abstenção os deputados Emídio Guerreiro, Joana Barata Lopes e Laura Magalhães.

Em plenário, o projeto mereceu o esperado apoio da ampla maioria dos deputados do PS, do Bloco de Esquerda, do Partido Ecologista "Os Verdes", do deputado André Silva do PAN (Pessoas Animais e Natureza) e de 24 sociais-democratas.

Este diploma teve depois a oposição em bloco do PCP, do CDS-PP, da maioria da bancada do PSD e dos socialistas Isabel Santos e Renato Sampaio.

No final, o resultado da votação foi saudado com uma ampla salva de palmas por parte de deputados socialistas, bloquistas, mas também da ex-ministra da Justiça Paula Teixeira da Cruz.