Numa manhã muito chuvosa, quando se inicia o segundo período letivo, alguns pais e dezenas de alunos manifestaram-se ao início da manhã à porta da sede do agrupamento, muitos deles munidos de máscara, e exigiram a retirada das placas de fibrocimento, que contêm amianto, perigoso para a saúde pública.

"Há vários anos que andamos a lutar contra a Direção Geral dos Estabelecimentos Escolares pela remoção das placas, mas acontece que nunca as retiraram e a resposta que nos deram é que será feito quando houver dotação orçamental", disse Ana Álvaro, presidente da Associação de Pais.

Segundo a responsável, este ano as coberturas de fibrocimento estão "muito degradadas, com fissuras, partidas, e todos sabem os seus malefícios do amianto e o Ministério da Educação não dá solução para este problema", numa área que é frequentada diariamente por cerca de duas mil pessoas.

Salientando que metade das coberturas dos passadiços já foram removidas, Ana Álvaro adiantou que, senão forem dadas respostas durante este período letivo, a Associação de Pais irá encerrar a escola.

Para Sebastião Barbosa, da Associação de Estudantes, co-organizadora da manifestação, a comunidade educativa só quer que a Direção Geral dos Estabelecimentos Escolares "diga a data em que as placas vão ser removidas".

O dirigente juvenil disse ainda que a questão de encerramento da escola caso as placas não sejam retiradas até ao final deste período letivo apenas será colocada posteriormente.

"Não sabemos que respostas iremos obter e, por isso, só depois avaliaremos essa possibilidade com a Associação de Pais", sublinhou.

Em declarações aos jornalistas, o diretor do Agrupamento de Escolas de Oliveira de Hospital, Carlos Carvalheira, mostrou-se solidário com a manifestação e preocupado com a situação, salientando que tem pressionado o Ministério da Educação para a retirada das placas de fibrocimento.

"O que nos têm vindo a dizer é que, por falta de verba disponível, não foi possível retirar. Estamos a aguardar que, no mais curto espaço de tempo, sejam retiradas, tanto as dos passadiços como as coberturas de cinco pavilhões", disse o responsável.

O diretor do Agrupamento lembrou ainda que há mais de três décadas existe amianto nos pavilhões e nos passadiços, nos quais foram retirados, há dois anos, 750 metros quadrados de coberturas de fibrocimento dos 1.500 que existiam.

De acordo com Carlos Carvalheira, que citou a tutela, a retirada das placas de fibrocimento da sede do agrupamento representa um investimento que oscila entre os 400 e os 500 mil euros.

Quanto ao eventual encerramento da escola, pediu serenidade e "algum equilíbrio na verificação dos problemas e nas ações que venham a ser tomadas", por se tratar de uma escola pública, onde as aulas têm de "decorrer com normalidade".

A vereadora com o pelouro da Educação da Câmara de Oliveira de Hospital, Graça Silva, participou na manifestação e adiantou aos jornalistas que o município tem atuado "dentro das suas funções" e pressionado as entidades competentes.