Está a aumentar o número de pais que se opõem às recomendações médicas de vacinar as filhas adolescentes contra o vírus do papiloma humano (HPV), a principal causa de cancro do colo do útero, revela um estudo publicado nesta segunda-feira.

 

Entre as razões citadas pelos pais estão a pouca idade das filhas ou o facto de não serem sexualmente ativas, a preocupação com a segurança e com os efeitos colaterais, além da falta de conhecimento sobre a vacina, destaca o estudo publicado na revista americana Pediatrics.

 

Em 2008, 40% dos pais entrevistados afirmaram que não desejavam vacinar as filhas contra o HPV. Em 2010, a percentagem aumentou para 44%. "Este é o caminho contrário que a taxa deveria ter", disse Robert Jacobson, pediatra do Centro Infantil de Mayo Clinic, em Phoenix no Arizona, EUA. No entanto, as pesquisas demonstram que a vacina contra o HPV é segura e eficaz.

 

"O HPV causa cancro do colo do útero e 50% dos americanos foram infetados pelo menos uma vez com o vírus. É uma infeção silenciosa. Não é possível saber quando se está exposto ou quando se tem", completou Jacobson.

 

Apesar das dúvidas dos pais, o número de jovens vacinadas está a aumentar: 16% das adolescentes em 2008 e 33% em 2010.

 

O Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos recomenda que meninos e meninas com idades entre 11 e 12 anos sejam vacinados contra o HPV, assim como as mulheres até aos 26 anos e homens até aos 21 anos, caso não tenham sido vacinados anteriormente. O organismo também recomenda a vacina contra o HPV para homens que mantêm relações sexuais com homens.

 

SAPO com AFP