Costuma dar uma mesada aos seus filhos? Imagine, então, estipular valores que seriam abatidos do dinheiro mensal das crianças por cada disparate que fazem? Este é o regime curioso adotado por Vitor Yamada, de Rondônia (Brasil). Os mealheiros dos filhos, Giullia e Vitinho, ficam mais vazios conforme desobedecem às normas instituídas pelo pai. Veja que o controlo é rigoroso: Vitor Yamada anota todas as «infrações» numa tabela, postada por ele no Facebook no dia 7 de outubro. Até agora, já ultrapassou a marca das 50 mil partilhas.

 

Deixaram os pratos na mesa, esqueceram-se de fechar a porta do frigorífico ou não usaram os óculos? Menos R$ 0,50 (€ 0,17). No carro não puseram o cinto de segurança no carro? Desconto de R$ 0,75 (€ 0,25). Saltaram no sofá ou comeram na sala onde está a televisão? Perdem R$ 0,25 (€ 0,08). As punições mais severas são para ofensas e insultos (R$ 2 - € 0.62) e desobediência (R$ 3 - € 1,02). No fim do mês passado, os R$ 50 (€ 16,93) de Giullia foram reduzidos a R$ 43,25 (€ 14,64), e os de Vitinho, mais safado, a R$ 30,50 (€ 10,33).

 

Considera a técnica deste pai brasileiro um tanto exagerada? Veja as nossas dicas de como dar mesada ao seu filho.

 

* Para crianças até aos 12 anos, o mais indicado é o pagamento semanal. Depois disso, para que aprendam a controlar as despesas durante 30 dias, o ideal é a mesada.

* Convide o seu filho a fazer uma lista de prioridades para os gastos mensais.

* Defina um dia para pagar a mesada e respeite a data e a quantia para que ele possa planear os gastos.

* Use um mealheiro, de preferência transparente. Ver o dinheiro a aumentar e ouvir o som das moedas estimula o interesse e a aprendizagem das crianças.

* Alterações nos valores não devem ser constantes. À medida que a criança cresce, é possível aumentá-los, mas sempre em proporção ao orçamento da família.

* Acompanhe, na medida do possível, o que o seu filho faz ao dinheiro para ajustar as orientações necessárias.

 

Devo dar mesadas iguais a filhos de idades diferentes?

Se a diferença de idade entre eles for pequena, o valor deve ser igual, uma vez que as necessidades são mais ou menos as mesmas. Mas, se um filho for adolescente e o outro tiver cinco anos, por exemplo, o mais velho vai precisar de mais dinheiro. Esta não é, porém, a única regra. Para Fábio Garcia, professor de Finanças, é preciso ter em conta o meio social em que a criança está inserida para estipular uma quantia justa. E se o dinheiro de um deles acabar antes do previsto? Depois de estabelecida a quantia, ninguém deve receber mais até ao próximo mês (ou semana, depende do acordo) – e a regra é válida para os dois. Assim, os pais ensinam os seus filhos a controlarem os gastos.

 

Maria João Pratt

.

.