As opções de entretenimento digital como os ecrãs (tablets e telemóveis) constituem uma importante preocupação para a maioria dos pais (59,9%) de acordo com o estudo da Imaginarium, Jogo Real e Dispositivos 2.0, realizado a partir de um total de 14.998 respostas e com 95% de margem de confiança.

71,8% dos inquiridos afirma que quando os seus filhos brincam com brinquedos tradicionais pedem que os acompanhem, contra apenas 1% que pedem a companhia dos pais quando brincam com ecrãs, e 27,2% que brinca com os seus filhos em ambas situações.

Cerca de 60% dos pais preocupa-se com o facto de os seus filhos brincarem mais com ecrãs (tablets e telemóveis) do que com jogos reais

Apesar desta necessidade de companhia quando se divertem com brinquedos e não com ecrãs, 81,5% das crianças dos 0 aos 7 anos identificam o ato de brincar com brinquedos reais (cozinhas, bonecas, jogos de construção e trabalhos manuais). É a partir dos 8 anos e até aos 12 anos que esta identificação (brincar = brinquedos reais) diminui quase 20 pontos percentuais, situando-se nos 60,81%.

Na realidade, entre os jogos preferidos das crianças estão aqueles que estimulam a criatividade, como os trabalhos manuais ou os instrumentos musicais, escolhidos por 29,15% dos participantes, seguidos pelos jogos de construções (19,03%) e pelos jogos de faz-de-conta (13,66%). As opções tecnológicas como jogar com ecrãs e ver canais de YouTube representam no seu conjunto 13,32%, ultrapassando assim os jogos de mesa que se situam nos 8,67%.

Ainda que os jogos reais reúnam a preferência da maioria, os dispositivos 2.0 estão presentes em diferentes situações quotidianas das crianças e 61,26% dos pais mostra-se a favor de que os seus filhos brinquem de vez em quando com este tipo de tecnologias. Deste modo, quando questionados sobre os momentos do dia em que os seus filhos jogam com tablets e telemóveis, os trajetos de carro ou transportes públicos surgem como a situação mais comum para a faixa etária dos 0 aos 3 anos e dos 4 aos 6. Para as crianças entre os 7 e os 9 anos e entre os 10 os 12 a situação mais frequente para usarem dispositivos 2.0 é depois de fazerem os deveres.

Ainda que o jogo com ecrãs seja habitual, o tempo semanal destinado a este tipo de entretenimento é inferior às 2 horas para 64,5% dos pais, enquanto 26,60% situa este uso entre 2 e 6 horas semanais e 6,98% entre 6 e12 horas semanais. Somente 1,42% e 0,43% considera que os seus filhos jogam com tablets e telemóveis entre 12 e 20 horas e mais de 20 horas por semana, respetivamente.

Estes dados vêem-se reforçados pela proporção de tempo estimada para jogos reais e digitais. Neste sentido, 51,65% dos pais considera que os seus filhos ocupam mais de 90% do tempo de ócio com jogo real, e apenas 0,39% acredita que os filhos passam mais tempo a brincar com dispositivos 2.0

Sonia Pérez, especialista em educação e responsável de conteúdos pedagógicos da Imaginarium conclui “Na atualidade as formas de brincar mudaram devido ao aumento do protagonismo dos dispositivos 2.0 em relação aos jogos e brinquedos reais. Por este motivo quisemos saber como brincam a as crianças do século XXI, quais são os seus interesses e preferências e qual a visão dos pais em relação ao uso de ecrãs, com o objetivo de continuar a oferecer brinquedos que ajudem as crianças a ter uma infância melhor e mais feliz.”