Num estudo realizado a nível internacional, a Regus concluiu que em Portugal apenas 28% das empresas que visam contratar novo pessoal planeia contratar mães trabalhadoras.
Em comunicado, a empresa refere que juntou mais de 10.000 empresas de todo o mundo e demonstrou que a proporção de empresas que pretende contratar mais mães trabalhadoras diminuiu um quinto em relação ao mesmo período do ano passado.
Comparando com o ano passado, quando 44% das empresas planeava contratar mães trabalhadoras, apenas 36% pretende fazer o mesmo no início de 2011.
Em comparação com as expectativas gerais de emprego nas empresas, em que 45% das empresas a nível global pretendia estabelecer novos contratos em 2011, o estudo da Regus demonstrou que as intenções de empregar mães trabalhadoras se retraíram bastante, permanecendo abaixo desta percentagem, o que pode causar preocupações importantes nas famílias, nos grupos femininos e nos governos, de igual modo.
O relatório também revela preocupações subjacentes entre uma minoria de empregadores, que ainda receia que as mães trabalhadoras possam ser menos empenhadas e flexíveis que os restantes funcionários (37%), que possam sair da empresa pouco depois de receberem formação para terem outra criança (33%) ou que os seus conhecimentos técnicos estejam desactualizados (24%).
Em Portugal, os empregadores mostraram-se particularmente preocupados com o facto de as mães trabalhadoras poderem tirar licença para ter outra criança (25%). No entanto, em geral, mostraram-se muito menos preocupados que a média.
Numa nota mais positiva, uma grande parte de empresas valoriza agora as mães que regressam ao trabalho, uma vez que 72% das empresas acredita que as empresas que ignoram as mães que regressam ao trabalho a tempo parcial omitem uma parte significativa e valiosa do mercado de trabalho. Além disso, um total de 56% pensa que as mães trabalhadoras oferecem conhecimentos que são difíceis de encontrar no mercado actual; e 57% declara que valoriza as mães trabalhadoras porque oferecem experiência e conhecimentos sem exigir salários elevados. Em Portugal, a tendência para não exigir salários elevados revelou ser ligeiramente inferior à média global (55%), o que talvez indique que as mães trabalhadoras possam ter mais oportunidades de ser razoavelmente compensadas pelo seu trabalho.
Paulo Dias, director-geral da Regus para a região EMEA, comenta: "Não é surpreendente ver que as atitudes preconceituosas voltam a estar na ordem do dia devido às restrições económicas, e que algumas empresas continuam a mostrar receios obsoletos no ambiente de trabalho actual. Além disso, Portugal oferece muito poucas oportunidades de trabalho a tempo parcial às mães trabalhadoras. Por um lado, a grande maioria das empresas concorda com o facto de que barrar a entrada a mães trabalhadoras significa deixar de fora pessoal valioso, por outro existem algumas preocupações de que os compromissos familiares possam impedir as mães trabalhadoras de se empenharem completamente e de darem total atenção ao seu emprego.
13 de Janeiro de 2011
Oportunidades caem para as mães trabalhadoras em Portugal
Este artigo tem mais de 13 anos
Estudo revela que apenas 28% das empresas nacionais planeia contratar mães trabalhadoras
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