Depois de em 2015 a unidade ter invertido uma tendência negativa que durava desde o início do milénio, com a realização de 761 partos, no ano passado registou-se um aumento de 16%, correspondente a mais 127 nascimentos.

Além de prestar a assistência a uma população de cerca de 150 mil habitantes dos dois concelhos, a unidade de saúde sediada na Póvoa de Varzim conseguiu ainda atrair parturientes vindas dos municípios vizinhos de Esposende e Barcelos e até do Algarve. "É um aumento substancial para uma região com cerca de 150 mil pessoas e muito fruto de trabalho de excelência que toda a equipa de médicos, enfermeiros e auxiliares tem feito", afirmou o diretor de serviço de obstetrícia da unidade, Manuel Morim.

O clínico reconheceu que "apesar da componente 'hoteleira' das instalações de internamento não ser a desejável, o bloco de parto e operatório têm das melhores condições do país". "Além disso, fizemos um esforço para criar condições para que o pai ou acompanhante possam estar junto da mãe durante o processo do parto e no decorrer do internamento", completou o médico.

Leia aindaPrimeiro bebé do ano é uma menina e chama-se Benedita

Veja também: Como dormem os casais que estão à espera de bebé?

Saiba maisEspaço para bebés do Colombo é o melhor da Europa

A contribuir para a elevada procura da unidade de saúde nortenha está também um processo integrado de consultas e aconselhamento, durante e depois da gravidez, que torna o serviço de obstetrícia "uma referência nacional a nível nacional".

"Somos pioneiros no país na existência de um plano de parto institucional, com consultas multidisciplinares onde recebemos os casais, sabemos o que eles pretendem e oferecemos um serviço humanizado respeitando a sua vontade", explicou a enfermeira chefe do serviço Irene Cerejeira.

Segundo a responsável, é oferecido gratuitamente aos casais "diversas formações de preparação para os partos, quer no solo quer em meio aquático, além de preparação para a parentalidade e para amamentação, sendo promovida a amamentação com leite materno, embora se respeite quem não o queira", vincou a enfermeira.

Esta panóplia de serviços tem atraído, além das parturientes dos concelhos da Póvoa de Varzim e Vila do Conde, outras mães de concelhos vizinhos da zona do Minho e até do Algarve. "Tivemos um casal do Algarve que conheceram as nossas práticas, e que se deslocaram uma semana antes do parto para a cidade para terem cá o seu bebé. Gostávamos que nos procurassem mais, porque não são as instalações que são a mais-valia mas sim o trabalho de todos os profissionais do serviço", vincou Irene Cerejeira.

Ainda no que diz respeito às instalações físicas do Centro Hospitalar Póvoa de Varzim/Vila do Conde, o responsável máximo do serviço de obstetrícia considera que os dois concelhos já justificavam ter um novo hospital construído de raiz.

"Com um novo hospital conseguiríamos abranger não são as populações da Póvoa de Varzim e Vila do Conde, como também algumas franjas dos concelhos de Esposende, Barcelos e Famalicão. Acho que facilmente chegávamos a 200 mil pessoas, o que já justificava a construção de uma nova unidade, para a qual já houve um projeto e até um terreno. É uma questão de congregar esforços", concluiu Manuel Morim.