Rita Alemão, cofundadora da consultora LYD - Leading for Greatness, promotora da iniciativa, explicou à agência Lusa que a plataforma faz parte do projeto ‘Skills Jovem’, um “programa estruturante e gratuito” que “visa suportar a transformação dos jovens portugueses, através de uma capacitação efetiva numa das competências chave da empregabilidade, que são as ‘soft skills’ [competências pessoais que permitem melhorar a interação com os outros].

Concebido para ser um “empreendimento da sociedade civil”, financiado por empresas e com o apoio do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) e do GRACE – Grupo de Reflexão e Apoio à Cidadania Empresarial, o projeto baseou-se no resultado de dois estudos que apontam a importância das ‘soft skills’ para se ter sucesso no mercado de trabalho.

Segundo o estudo “Education to Employment: Getting Europe’s Youth into Work”, da McKinsey Center for Government, realizado a 600 empregadores europeus, existe um desajuste entre as competências desejadas pelos empregadores e as possuídas pelos recém-licenciados, principalmente ao nível das 'soft skills'.

Qualidades que colocam jovens em vantagem

“Ser bom comunicador, saber trabalhar em equipa, ser positivo, saber gerir conflitos, aceitar responsabilidades e construir relações de confiança foram mesmo considerados mais importantes do que os conhecimentos técnicos”, refere o estudo.

Também o estudo Transforma Talento Portugal, da COTEC - Associação Empresarial para a Inovação e da Fundação Calouste Gulbenkian, identificou a aposta nas ‘soft skills’ como uma das 13 medidas prioritárias para a transformação e desenvolvimento do talento.

Segundo Rita Alemão, programa vai facilitar a transição dos jovens para o mercado de trabalho, nomeadamente para o 1º emprego, e democratizar o acesso a formação crucial para a empregabilidade jovem, independentemente da localização geográfica ou poder económico do jovem, “que é algo que hoje em dia não acontece”.

A responsável adiantou que jovens apenas têm acesso a este tipo de formação em alguns cursos em Lisboa e no Porto, e que, normalmente, são as empresas multinacionais que formam os jovens recém-licenciados no primeiro recrutamento.

A dificuldade é que, em Portugal, o tecido empresarial é composto em cerca de 80% por pequenas e médias empresas que “não têm capacidade financeira para investir ”.

“Os jovens acabam por nunca ter a oportunidade de fazer esta formação que em termos de valorização de mercado de trabalho para os recém-licenciados são cerca de 3.600 euros”, observou.

Com este projeto, os jovens têm acesso a formação gratuita, pagando apenas uma inscrição responsável simbólica de um euro.

A formação vai trabalhar em seis ‘skills’ que são “competências para a vida”: Comunicar, decidir, resolver problemas, gerir-se a si próprio, trabalhar em equipa, profissionalismo e liderança, disse Rita Alemão.

A plataforma, disponível a partir de hoje em www.skillsjovem.pt, foi apresentada nunca cerimónia em Lisboa.