A notícia é avançada pelo Washington Post. Apesar de o casamento entre menores de idade ser ilegal no Egito, a sua prática continuam a ter grande expressão sobretudo nas zonas mais rurais.

De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), 17% das meninas egípcias são forçadas a casar antes dos 18 anos.

Para fugir às malhas da Justiça, pais e familiares registam o casamento anos depois, quando os jovens atingem a maioridade. É também nessa altura que fazem o registo dos filhos, que entretanto estas crianças são incentivadas a ter.

Apesar dos 18 anos serem a idade mínima legal no Egipto para casar, Nasser Hassan disse ao jornal local Al Watan que "não há nada de errado" no noivado, uma vez que se trata de um "noivado e não de um casamento".

O caso de Omar e Gharam está a indignar o mundo. A fotografia dos dois primos juntos foi parar às redes sociais acompanhada do anúncio do casamento.

Segundo a UNICEF, até ao final do ano, 15 milhões de crianças em todo o mundo vão ser forçadas pelos pais ou familiares próximos a casar.

Meninas que se casam ainda crianças são mais propensas a abandonarem a escola, a serem vítimas de violência doméstica, a contraírem doenças como o VIH e a morrerem durante a gravidez ou parto, lembra a UNICEF.

Em abril, a Amnistia Internacional publicou um relatório com a lista dos países onde mais se praticam casamentos forçados: o Níger surge em primeiro lugar, seguido do Mali e do Burkina Faso.

Veja este vídeo lançado pela Unicef em março de 2016: