“Nenhum estudante pode ser obrigado a participar em qualquer ato da praxe académica contra a sua vontade, cabendo a todos, a toda a comunidade, a obrigação de velar pelo cumprimento desta norma de que lhe deverá ser dado conhecimento no ato de inscrição”, declarou o reitor no discurso da cerimónia de receção aos novos estudantes que ingressam este ano letivo naquela instituição de Ensino Superior.

Sebastião Feyo de Azevedo acrescentou, no seu discurso, proferido na Praça Gomes Teixeira, em frente ao edifício da Reitoria da UP, que tudo faria por uma integração “sem excessos ou abusos” em sintonia e articulação com os representantes dos estudantes.

Questionado pela Lusa se estava preocupado com o orçamento para este ano letivo, o reitor recordou que esse orçamento ainda foi definido face à situação eleitoral que se vive, mas disse estar convencido que a situação não ficará pior.

“Pior não será a situação. Há indicadores de que possa ser melhor”, declarou Sebastião Feyo de Azevedo, reconhecendo, todavia, que apesar de o apoio e o financiamento serem muito importantes, há outras questões na universidade também importantes. Entre elas contam-se, como realçou, o modelo global de governação e de organização entre as várias faculdades e entre as outras universidades, o modelo de carreira docente universitária ou a rede do sistema do Ensino Superior.

“Não vai ser pelo financiamento que nós vamos deixar de progredir”, concluiu o reitor.

Aos milhares de novos estudantes, a mensagem que o reitor deixou foi de “dupla responsabilidade”.

O reitor afirmou que estudar “vale a pena” e revelou-se convicto que, cada vez mais, e independentemente de questões políticas, “Portugal vai ser capaz de criar condições para os seus jovens trabalharem cá”.

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, também esteve presente na cerimónia de receção estudantil, falou da importância dos estudantes a que apelidou de “Geração Erasmus” e de "verdadeiros europeus”.

“A Universidade do Porto, aliás toda a academia do Porto, ocupa um lugar crucial na dinâmica da cidade. As universidades não são hoje apenas lugares de formação e de conhecimento. São, acima de tudo, instrumentos de promoção social, sociológica e também fatores de atração e investimento e da captação de novos habitantes”, designadamente para a repovoação e de criação de dinâmicas económicas”, referiu Rui Moreira.

A receção aos novos estudantes deste ano é inédita, pois a UP, em parceria com várias instituições da cidade, abre as portas de 15 espaços emblemáticos do Porto para que, durante hoje e sexta-feira, os novos alunos possam conhecer melhor o lugar que os vai acolher nos próximos anos.

A Universidade do Porto tem cerca de 30.000 mil estudantes, 12% dos quais estrangeiros, cerca de 2.000 docentes e 1.600 quadros não docentes.

A UP é a segunda maior universidade do país e preencheu este ano 99,3% das vagas disponibilizadas. Em 2014, registou um lucro de 5,5 milhões de euros, aumentando o resultado líquido em 37,5% face a 2013.