“Somos uma família. Todos nos conhecemos não só na escola como na ilha toda. É só uma vila com 435 habitantes, segundo o último censo, mas penso que estamos a crescer e a rondar os 460 habitantes”, afirmou a presidente do conselho executivo da escola do Corvo, Deolinda Estêvão, em declarações à agência Lusa.

Na mais pequena ilha do arquipélago açoriano, o ano letivo arranca na Escola Mouzinho da Silveira com 42 alunos, que vão frequentar desde o primeiro ciclo ao ensino secundário. “Temos vindo a ter um decréscimo acentuado de alunos e este ano letivo ainda mais”, apontou a responsável do estabelecimento de ensino.

Segundo Deolinda Estêvão, este ano letivo "há uma redução de 12 alunos relativamente ao ano transato", o que, disse, tem a ver com o facto de "nascerem poucas crianças" no Corvo. “Já não nascem bebés de famílias do Corvo há dois anos”, sustentou, acrescentando haver uma redução no número de alunos que entram no primeiro ciclo.

Este ano, por exemplo, e de acordo com a responsável, só haverá uma criança a frequentar o primeiro ano. "As turmas são de reduzida dimensão. No primeiro ciclo temos duas turmas com sete alunos e no segundo e terceiro também com sete alunos. São as turmas maiores. Depois existem turmas com dois alunos e outras com um aluno, nomeadamente no 9º e 12º de ciências e tecnologias", explicou.

Além da baixa taxa de natalidade, a responsável referiu ainda que outros alunos vão saindo quando terminam os seus ciclos de estudo, nomeadamente o nono ano, optando por "outros percursos que a escola não oferece, nomeadamente o ensino profissional".

"Há alunos que vão para a Terceira e para o Faial, que vão frequentar o ensino profissional e há ainda aqueles estudantes que terminam o 12.º ano, o seu ciclo de estudos, e vão frequentar a universidade ou ficam-se pelo 12º ano", explicou.

A presidente do conselho executivo da escola adiantou ainda que se verificou um decréscimo de professores na escola, que vai arrancar as aulas com 20 docentes no estabelecimento de ensino.

"Este ano não temos duas turmas de 11º ano. Os alunos que iam frequentar este nível de ensino têm situações familiares de pessoas que saíram da ilha", disse ainda, frisando que existem também dificuldades de fixação de professores, por falta de casas para alugar no Corvo, e adiantando que "existem dois professores por colocar: uma de português e outro de música".

Para a presidente do conselho executivo da escola, o ensino no estabelecimento de ensino da mais pequena ilha do arquipélago, "é individualizado".

"É quase como que uma explicação, o professor e o aluno. As nossas metodologias e maneiras de ensinar têm que ser completamente alteradas quando se tem um aluno numa turma. De certa forma, pode beneficiar, mas também não torna as turmas tão competitivas", salientou.