As mulheres continuam a ser as principais responsáveis pelos cuidados das crianças e dos idosos em todos os Estados-membros da União Europeia, apesar das várias tentativas de implementação de políticas e acções para aumentar a igualdade de género, revela estudo.
Os dados mais actuais apresentados num estudo recente do Instituto Europeu para a Igualdade de Género (EIGE) mostra que as mulheres em idade activa passam três vezes mais tempo, por dia, do que os homens a cuidar das crianças. Esta responsabilidade constitui a principal razão pela qual as mulheres trabalham significativamente mais horas do que os homens para conseguirem equilibrar a vida pessoal com as responsabilidades profissionais.
Para conseguirem equilibrar o trabalho com a família, um número maior de mulheres, de vários países europeus, escolheram trabalhar em tempo parcial em comparação com os homens. Ainda assim, o trabalho a tempo parcial não oferece o mesmo nível de estabilidade profissional, oportunidades de carreira e rendimentos que o trabalho integral e tem efeitos tanto nas pensões como noutros direitos relacionados com a Segurança Social.
Tudo isto afecta fortemente as mulheres em comparação com os homens e tem efeito no seu estilo de vida futuro. Assim sendo, o trabalho a tempo parcial não pode ser considerado como a melhor política para a promoção da conciliação entre a vida profissional e pessoal.
A directiva Europeia sobre a licença parental de 1996 foi concebida para minimizar os conflitos entre as responsabilidades profissionais e familiares tanto para homens como para mulheres.
Também se destina a apoiar a participação das mulheres no mercado de trabalho. Em 2010, foram introduzidas novas alterações à directiva para garantir uma maior igualdade de género e o princípio de não discriminação. Os Estados-membros da UE têm de ajustar as suas políticas nacionais e acções à directiva, uma vez que o enquadramento jurídico em torno desta política difere entre os vários países europeus.
Por exemplo, sempre que a licença parental é transferível ou insuficientemente paga, continuam a ser as mulheres a cuidar das crianças. Os empregadores podem, por conseguinte, favorecer a contratação de homens pois existem menos probabilidades de incorrer em custos com substituições.
Embora todos os Estados-membros europeus estejam a abordar a questão das políticas de reconciliação e a procurar o sucesso como na Suécia, Dinamarca e Finlândia onde a participação dos pais na licença parental representa 20%, mantém-se ainda uma grande disparidade.
6 de Junho de 2011