A vítima faz parte de um grupo de crianças que o arguido transportava diariamente no percurso entre a casa e a escola e no sentido inverso.

Os factos criminosos ocorreram em datas não apuradas, entre o início de novembro e 15 de dezembro de 2014.

Segundo a acusação do Ministério Público (MP), a que a Lusa teve acesso, os abusos ocorreram sempre numa segunda-feira, ao final da tarde, na viagem de regresso das aulas.

De acordo com os investigadores, os atos, que se repetiram pelo menos por quatro vezes, foram praticados na presença de dois menores de 3 anos, que ainda se encontravam na carrinha.

O MP refere que, na sequência destes acontecimentos, a menina "ficou com menos apetite, tendo emagrecido, passou a ter dificuldade em dormir, sentiu tristeza, vergonha, mau estar, confusão e medo, designadamente de estar sozinha e de estigmatização social, vendo assim afetado o seu processo de crescimento".

O arguido, de 62 anos, está acusado de quatro crimes de abuso sexual de criança. O MP pede ainda a aplicação de uma pena acessória de proibição de exercício de profissão, função ou atividade que implique ter menores sob a sua responsabilidade, educação, tratamento ou vigilância.

O motorista, que foi detido pela Polícia Judiciária em janeiro deste ano, encontra-se suspenso do exercício da profissão de motorista de transporte público ou particular de crianças, pré-adolescentes ou adolescentes e está proibido de se aproximar da casa da menor ou de qualquer lugar onde a menor se encontre.

Ficou ainda obrigado a apresentações semanais no posto policial da sua área de residência.