A mortalidade infantil aumentou em 2011, face ao ano anterior, o que poderá ser explicado pela prematuridade e baixo peso à nascença, embora a mortalidade fetal e pós-neonatal tenha diminuído, segundo um relatório da Direção-Geral da Saúde (DGS).

 

A DGS elaborou um estudo comparativo do número de óbitos da mortalidade infantil e suas componentes (2009-2011) com o objetivo de estudar a mortalidade infantil e tentar perceber o recrudescimento da taxa de mortalidade em 2011.

 

Segundo o relatório, em 2011 houve 3,1 mortes por mil nascimentos vivos (302 óbitos em 96.856 nados-vivos), face a 2,5 óbitos por mil nados-vivos (256 em 101.381). Em 2009, o número de óbitos tinha sido de 3,5 por cada mil nascimentos vivos (362 óbitos em 99.491 nados-vivos) e em 2008 fora de 3,3 mortes por mil nascimentos vivos (340 em 104.594).

 

O relatório explica que o aumento da mortalidade infantil se ficou a dever ao incremento da mortalidade neonatal (óbitos antes do 28º dia de vida), “ainda que a mortalidade no primeiro dia de vida tenha diminuído”. Também diminuiu a mortalidade fetal (óbitos no útero) e a mortalidade pós-neonatal (entre o 28º dia e antes de completar um ano de vida.

 

Estes dados levam os especialistas a considerar haver a evidência “de que a prematuridade e o baixo peso à nascença influenciam diretamente a mortalidade neonatal”.

 

A DGS salienta contudo que a mortalidade infantil de 2011 se situa numa posição intermédia entre a observada em 2010 e a de 2009, ocupando por isso a melhor posição que todos os anos anteriores, com exceção do ano de 2010.

 

“Não emergem daqui explicações finais. Emergem sim exposições do observado e pistas para a discussão que permita perceber exatamente o que sucedeu de diferente em 2010 e 2011”, diz o relatório, apontando a necessidade de os especialistas estudarem e interpretarem estes resultados para encontrar estratégias que melhorem a taxa de mortalidade infantil, concretamente a neonatal.

 

A DGS recomenda ainda uma organização e vigilância permanente com base no Sistema de Informação dos Certificados de Óbito (SICO) que permita recolher elementos em tempo real para melhoria da identificação das causas de mortalidade infantil.

 

Deve também ser obrigatória a recolha atempada de informação adicional para cada óbito infantil ou fetal, para produção de estudo epidemiológico no período perinatal alargado e devem ser desenvolvidos mecanismos locais, envolvendo os centros de saúde e os Hospitais, para monitorizar e introduzir as medidas corretivas necessárias, já em 2013.

 

Lusa