O governante não avançou números concretos no que respeita ao número de estabelecimentos de ensino que vão ter obras de construção e de requalificação ou valores a investir, dizendo apenas que é "um número significativo de escolas e montante elevado".

A agência Lusa questionou fonte ligada ao ministério da Educação, que adiantou que os montantes a utilizar e o número de escolas a intervencionar "estão a ser acertados com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte".

Nuno Crato, aproveitou para dizer, que as negociações com Bruxelas, para a obtenção de fundos para a comparticipação das obras a realizar, foi "muito difícil".

"Bruxelas mostrou-se muito reticente para que houvesse fundos comunitários disponíveis para a requalificação de edifícios escolares, fruto de erros do passado. Mas nós demonstrámos a situação existente no país, e fizemos valer o nosso ponto de vista, ou seja, há escolas - uma quantidade significativa de escolas - que têm de ser requalificadas", frisou o governante.

Investimentos necessários

O ministro acrescentou ainda que os investimentos a fazer no parque escolar são muito criteriosos e necessários.

"Só os investimentos muito necessários é que serão cofinanciados por Bruxelas. Neste sentido existe já um mapeamento que foi acordado com as direções das escolas, comunidades intermunicipais e comissão de coordenação no sentido de definir prioridades", avançou Nuno Crato.

O governante afirmou ainda que não tem receio de que este tipo de ato seja confundido com campanha eleitoral.

Quem não deixou de passar a oportunidade de voltar confrontar o ministro com a necessidade de obras na Escola Secundária de Mirandela, foi o representante dos alunos do estabelecimento de ensino, João Pilão, que continua a insistir que as obras são urgentes e não se pode perder mais tempo já que escola não tem condições para a sua missão.

Por seu lado, o ministro respondeu que, em 2016, as obras na secundária de Mirandela "serão uma realidade".

Segundo a tutela, e a título de exemplo, em Mirandela vão ser investidos cerca de 2,4 milhões de euros na reabilitação da escola e, caso o montante não chegue para as necessidades, haverá uma almofada financeira proveniente dos cofres do Parque Escolar, adiantou.

O presidente do Agrupamento de Escolas de Mirandela, Vítor Esteves, disse que ficou preocupando quando soube do valor a investir, já que as necessidades da escola são muitas, pois trata-se de um edifício com cerca de 40 anos que nunca sofreu uma intervenção de fundo.

"Inicialmente fiquei preocupado com o valor anunciado que não me parecia escasso já há muitas carências ao nível da rede de águas, aquecimento, cobertura do imóvel entre outras necessidades. Estou certo que os 2,4 milhões de euros anunciados não vão chegar, mas fiquei mais descansado, após saber que há uma almofada financeira do Parque Escolar", concluiu.

Questionado sobre o início do ano escolar, Nuno Crato afirmou que vai decorrer "na normalidade", sem adiantar pormenores.

Nuno Crato passou ainda por Vinhais (Bragança) garantido, igualmente, obras na escola local num investimento superior ao que será efetuado em Mirandela já que abrange diversos imóveis escolares.