Metade dos pais que deixam os filhos dormir na mesma cama tende a esconder essa informação de familiares, amigos e educadores. A informação é avançada por um novo estudo e contraria as recomendações da American Academy of Pediatrics, o organismo que reúne os pediatras dos EUA, que desaconselham essa prática, sobretudo no caso dos bebés, devido ao elevado risco de síndrome da morte súbita no primeiro ano de vida.

Para realizar esta investigação, Susan Stewart, socióloga na Iowa State University, entrevistou 51 pais que dormem com os filhos e descobriu que 50% evita ao máximo falar do assunto com os que lhes estão mais próximos pelo receio de críticas. Muitos vão mesmo ao ponto de mentir para o negar. «Descobri que, quando o assunto veio à baila em conversas, muitos ficaram convencidos que é mau para as crianças», diz.

«Muitos pais têm noção que [esse comportamento] torna as crianças mimadas e dependentes», acrescenta a especialista. «Os que falaram comigo no âmbito do meu estudo sentem-se muito culpados porque acreditam que estão a pôr as crianças em risco. Infelizmente, a sociedade norte-americana não vê esta prática com bons olhos», afirma a também autora de um novo livro, «Co-Sleeping: Parents, Children, and Musical Beds».

Texto: Luis Batista Gonçalves