«Será que conseguirei amamentar o meu bebé? Os meus seios vão ficar doridos? Terei leite suficiente?» Todas estas perguntas já passaram, alguma vez, pela cabeça de todas as mães no final da gravidez e nas primeiras semanas após o parto. O problema é quando a insegurança é tão grande a ponto de fazer com que as mulheres desistam do aleitamento materno exclusivo antes do tempo.

 

Foi isto que descobriu uma pesquisa realizada por médicos da Universidade da Califórnia e do Hospital Infantil de Cincinnati, nos Estados Unidos da América. A equipa de investigação manteve o contato com 532 mães pela primeira vez desde a gravidez até 60 dias depois do parto. Nesse período, foram realizadas sete entrevistas com cada uma das mulheres – antes do parto, 24 horas depois, e 3, 7, 14, 30 e 60 dias depois. Nessas conversas, os médicos perguntaram como era o apoio para a amamentação, as intenções das mães e as suas preocupações.

 

No terceiro dia após o parto, 92 por cento das mães relataram mais de uma preocupação. A mais citada foi a dificuldade de fazer o bebé mamar no peito – metade das mulheres estava com o mesmo problema. Depois de analisarem os dados, os médicos responsáveis pelo estudo concluíram que as preocupações tiveram uma relação explícita com a decisão de parar de amamentar ou introduzir leites artificiais na dieta da criança.

 

Claro que as mães procuram sempre fazer o que é melhor para a saúde dos filhos, mas este tipo de decisão geralmente é acompanhada de uma grande dose de culpa e de um sentimento de incapacidade: afinal, a maioria gostaria de amamentar exclusivamente até os 6 meses, como é recomendado. Segundo os investigadores, para aumentar o número de mulheres que amamenta com sucesso seria necessário oferecer às novas mães mais apoio para tirar dúvidas e resolver preocupações, especialmente nas primeiras duas semanas após o parto.

 

Quem está nesta fase de inseguranças várias, precisa de contar com o apoio da família, especialmente do companheiro, além de amigas que já passaram por isso. Melhor ainda é o conselho do especialista: por isso as mães não devem ter medo de falar sobre o assunto com o obstetra e com o pediatra do bebé.

 

 

Maria João Pratt

 

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