A notícia é avançada pela TSF.

Matilde Sirgado, responsável pelo projeto Rua do Instituto de Apoio à Criança, diz que são cada vez mais as raparigas que vão atrás de paixões que conheceram no mundo virtual.

De acordo com a responsável, antigamente, das crianças desaparecidas, 80% eram rapazes, agora 50% são raparigas, "mais vulneráveis às redes sociais", adianta.

Matilde Sirgado sublinha ainda que a faixa etária com maior incidência está a baixar e há agora uma maior prevalência entre os 12 e os 14 anos.

A responsável alerta que é essencial que a sociedade se envolva para ajudar a detetar estes casos: contactar a Proteção de Crianças em risco, a PSP, ligar 116 000 paras as crianças desaparecidas ou 116 111 para as vítimas de maus tratos.

De acordo com dados divulgados na terça-feira pela Polítia Judiciária, a maioria dos casos de desaparecimento em Portugal são de jovens entre os 12 e os 18 anos que fogem de casa ou das instituições de acolhimento, mas que acabam por ser encontrados.

Há casos em que um jovem chega a fugir da instituição 20 vezes num ano, engrossando a lista do número de crianças desaparecidas da Polícia Judiciária (PJ), que assinalou, em 2015, cerca de 1.600 casos, um número que não varia muito de ano para ano. A falta de conhecimento de muitos pais acerca da vida do filho que fugiu de casa é um dos entraves à investigação.