Um novo estudo levado a cabo pela Universidade do Estado de Ohio, nos Estados Unidos, diz que a longo prazo, as crianças que foram amamentadas com leite materno não ficam necessariamente mais beneficiadas em relação às crianças que foram alimentadas com leite adaptado.

O estudo comparou várias crianças, inclusive irmãos alimentados de forma diferente durante a infância, e defende que mais importante do que a forma como as crianças são alimentadas, são uma série de outros fatores sociológicos: “Muitos estudos anteriores não controlaram, ou não puderam controlar estatisticamente, indicadores como raça, idade, rendimento familiar, profissão da mãe… fatores que sabemos que podem afetar tanto a amamentação, quanto as condições de saúde”, explica Cynthia Colen, professora de sociologia na Universidade do Estado de Ohio e principal autora do estudo.

A pesquisa analisou 8.237 crianças e mediu 11 resultados que são comuns a outros estudos sobre os efeitos da amamentação: índice de massa corporal (IMC), obesidade, asma, hiperatividade, relação afetiva com os pais e comportamento de obediência, desempenho escolar, vocabulário, leitura, matemática, inteligência e outras competências escolares.

Se, no geral, as crianças que foram amamentadas revelaram melhores resultados em praticamente todos os medidores, quando o estudo foi concentrado nos irmãos alimentados de forma distinta, chegou-se à conclusão que as diferenças ficaram próximas do zero. Ou seja, indiciam que as diferenças registadas antes poderiam ter ocorrido por mera coincidência.

A mesma especialista reforça que, naturalmente, o leite materno é benéfico para melhorar e aumentar a nutrição e imunidade dos recém-nascidos mas, a longo prazo, não é o facto do bebé ter sido alimentado com leite materno que vai ser decisivo para a sua saúde futura ou para o seu desempenho escolar e profissional. Cynthia Colen defende que "temos de nos concentrar em coisas que podem realmente fazer a diferença a longo prazo, como as creches subsidiadas, melhores políticas de licença de maternidade e mais oportunidades de emprego para as mães com rendimentos baixos."

 

 

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