Segundo o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), o alerta foi dado cerca das 12:00 e dava conta de “várias crianças” desta escola de Lisboa com “urticária, prurido e manchas na pele”, acrescentando que as mesmas estariam a brincar junto de um ninho da vulgarmente chamada de lagarta do pinheiro.

O INEM acrescentou à agência Lusa que 15 destas crianças foram levadas para o Hospital de Santa Maria por um autocarro do Regimento de Sapadores dos Bombeiros de Lisboa, que ajudou na ocorrência.

Contudo, segundo o INEM, não há ainda certezas quanto às possíveis causas destes sintomas, embora o Correio da Manhã e outros jornais avancem que na origem da hospitalização das crianças esteja o contacto das mesmas com uma praga de lagartas do pinheiro.

Algumas das crianças foram assistidas no local e não necessitaram de ser encaminhadas para o hospital.

No local estiveram os Bombeiros Voluntários de Lisboa, Bombeiros Voluntários Lisbonenses e uma viatura do INEM com um enfermeiro.

Praga em Sintra

Uma praga da processionária do pinheiro foi identificada em pelo menos oito estabelecimentos de ensino do concelho de Sintra em janeiro. De acordo com a Câmara de Sintra, a autarquia foi alertada para infestações deste inseto em árvores no recinto de seis escolas a cargo do município, no exterior de um estabelecimento e em outros dois que dependem do Ministério da Educação.

A primeira situação foi detetada a 13 de janeiro, no Jardim de Infância (JI) Cacém nº1, obrigando a interditar parte do recreio para evitar eventuais reações alérgicas nas crianças, por efeito do contacto com pelos urticantes dos bichos espalhados pelo ar.

O que é a Lagarta do Pinheiro?

Trata-se de um inseto que ataca esta árvore enfraquecendo-a e provocando-lhe a morte. Tem um efeito nocivo não só no contacto com os humanos, causando-lhes irritações na pele, nos olhos e no aparelho respiratório, mas também nos cães e outros animais.

A Processionária, também conhecida por Lagarta do Pinheiro, pode originar graves problemas de saúde pública, devido à ação urticante dos pêlos, que provocam alergias ao homem e animais domésticos. As reações alérgicas dão-se normalmente ao nível da pele, do globo ocular e do aparelho respiratório, podendo provocar enfraquecimento e vertigens e em situações extremas levar à morte.

Vulgar em Portugal

A Thaumetophoea pityocampa é uma espécie com grande impacto negativo em pessoas, em animais, bem como, nos próprios pinheiros. Encontra-se muito vulgarmente em Portugal devido à presença dos pinheiros nas nossas manchas florestais. Esta praga, além do pinheiro bravo, ataca igualmente outros pinheiros: o silvestre, o laríceo, o manso, o insígne, e o pinheiro de alepo, assim como Cedrus Atlântica, Cedrus Deodara e Cedrus do Libano.

Entre janeiro e maio, as processionárias abandonam o pinheiro para se enterrarem no solo, na sequência do seu ciclo de desenvolvimento, deixando o seu hospedeiro em fila como uma procissão (daí o seu nome) dirigem-se em direção ao solo onde irão continuar o seu desenvolvimento.

Estas lagartas possuem oito receptáculos com cerca de 100.000 pêlos urticantes. Ao mover-se abre estes receptáculos libertando milhares destes pêlos e aumentando a possibilidade de intoxicação de uma pessoa ou de um animal que entre em contacto com eles. Os pêlos agem como agulhas, injectando as substâncias tóxicas na pele ou mucosas. As crianças por brincadeira e os cães são os principais afetados.

Caso tenha pinheiros em casa ou nos arredores deve ter alguns cuidados, uma vez que o contacto com as lagartas pode, como já foi referido, causar graves problemas de saúde. Assim, caso detete ninhos em pinheiros de sua propriedade estes deverão ser destruídos, de forma alguma deve entrar em contacto com eles. Os ninhos devem ser queimados com os cuidados necessários para evitar incêndios e deve colocar-se para que os fumos da combustão não o atinjam pois são igualmente tóxicos.

O que fazer em caso de contacto com o animal?

Caso tenha sintomas de prurido, prurido ocular, espirros, dificuldades respiratórias, náuseas, vómitos, sensação de desmaio ou outras manifestações associadas, o recomendado é dirigir-se a um hospital para receber tratamento hospitalar.

Não deve aplicar pomadas ou tomar qualquer medicamento. Se quiser, pode lavar ou passar água na zona afetada para aliviar os sintomas.