Em declarações aos jornalistas, à margem do encerramento do encontro da EPIS – Empresários pela Inclusão, o secretário de Estado explicou que há atualmente quatro estabelecimentos de ensino a serem investigados por discrepâncias entre as classificações internas, que são produzidas pela própria escola, e as notas apresentadas nos exames nacionais.

De acordo com o governante, essas discrepâncias foram detetadas pela Direção-geral de Estatísticas de Educação e Ciência, o que levou a Inspeção-geral de Educação e Ciência a averiguar a “desconformidade de algumas classificações internas”.

“Com base nesses dados, e na segurança de que pudesse haver um desalinhamento de umas notas em relação às outras, a Inspeção-geral de Educação e Ciência foi para o terreno fazer averiguações em dez estabelecimentos de ensino”, adiantou Casanova de Almeida.

Acrescentou que estas dez escolas eram as que “apresentavam notoriamente um maior desalinhamento entre as classificações internas e as classificações de exame” e que em causa estavam tanto estabelecimentos de ensino privados como públicos.

Segundo o secretário de Estado, foram feitas recomendações a esses estabelecimentos de ensino e durante o mês de junho foi verificado se essas recomendações estavam a ser cumpridas, o que aconteceu “na generalidade” das escolas.

“A Inspeção-geral de Educação e Ciência achou que deveria averiguar melhor quatro das situações e é isso que decorre nesta altura”, revelou.

Casanova de Almeida aproveitou para sublinhar que os cidadãos têm hoje acesso a muito mais informação graças ao trabalho feito pela Direção-geral de Estatísticas de Educação e Ciência e que é no quadro desse trabalho que foram publicados os resultados que entretanto a Inspeção-geral foi investigar.

“Não termina aqui esse processo porque a própria inspeção irá acompanhar ao longo do próximo ano a verificação dessas recomendações”, adiantou.

O Conselho Nacional de Educação alertou, no seu relatório “Estado da Educação 2013”, divulgado em setembro do ano passado, para a existência de escolas que inflacionam os resultados dos alunos, gerando discrepâncias entre a classificação interna (resultante do trabalho desenvolvido pelo aluno ao longo de todo o ano) e a classificação externa (nota obtida nos exames).

Na altura, o Ministério da Educação e Ciência considerou “natural” a existência de diferenças nas notas internas e externas, mas garantiu também a intervenção da IGEC, caso fosse “participada, fundamentadamente, alguma situação concreta" de manipulação concertada de resultados escolares".