“A ‘Descolar’ pretende alertar para esta questão professores/educadores, pais e o próprio Ministério da Educação, uma vez que se verifica uma ausência quase total de intervenção especializada em crianças com DAE, um problema que afeta de forma muito negativa um segmento significativo da população escolar”, afirmou Elsa Rodrigues, que é especializada em Educação Especial e autora de livros.

A cooperativa foi constituída com o objetivo de promover a deteção precoce e a intervenção especializada nas Dificuldades de Aprendizagem Especificas, de forma “a aumentar o sucesso escolar e a igualdade de oportunidades, a inclusão social e a qualidade de vida das crianças, jovens e suas famílias”.

Uma das preocupações da “Descolar” é a necessidade de defender crianças disléxicas socialmente desfavorecidas que não encontram respostas no sistema de ensino, de modo “a promover a sua inclusão social e académica, a proporcionar-lhes apoio adequado e oferecer-lhes as oportunidades de sucesso a que têm direito”.

Para isso, criou a “Bolsa Social” que prevê que “qualquer pessoa ou empresa pode contribuir para o financiamento do apoio especializado a uma ou várias crianças, conforme a sua vontade”.

“Neste momento e revertendo na totalidade para a nossa ‘Bolsa Social’, temos a venda da sweat ‘Voar Sem Limites’, a decorrer em Lisboa e Castelo Branco (MDD Kids Store), no Porto (Cuore di Pasta) e em Barcelos (Doce&Imaginário)”, referiu.

Na sequência destas iniciativas, a “Descolar oferece serviços de apoio no âmbito da Dislexia, Disortografia, Disgrafia e Discalculia com oficinas de intervenção em psicomotricidade, consciência fonológica, leitura, escrita, matemática, orientação e acompanhamento à família e formação para pais, professores e outros profissionais interessados”.

Elsa Rodrigues falava à Lusa a propósito do projeto “Conversas 4D” que surgiu da “enorme vontade de (in)formar/sensibilizar o maior número de pais e profissionais sobre a causa das DAE e, deste modo, chegar ao maior número de crianças possível, proporcionando-lhes intervenção especializada”.

Sobre o projeto, que será lançado no sábado, no Porto, a responsável disse que a primeira “conversa” incluirá uma palestra intitulada “O meu filho é disléxico. Como ajudá-lo?”, com a participação de Helena Serra, doutorada em Estudos da Criança - Educação Especial e presidente da Dislex, e Alcinda Almeida, especialista em Didática e Organização Escolar – Diagnóstico e Intervenção na Dislexia.

“Como me sinto no papel de mãe/professor de uma criança disléxica?” será também discutido no encontro que já reúne “mais de três dezenas de inscrições”.