As crianças que frequentavam este complexo foram transferidas para a Idanha-a-Nova, sede do concelho.

"Definitivamente, não querem que o concelho de Idanha-a-Nova e nomeadamente Monsanto tenha uma escola, apesar de ter crianças (16 no jardim de infância e 14 no 1.º ciclo). Estamos a falar de 30 crianças", disse à agência Lusa Armindo Jacinto.

O autarca explicou que este ano o município voltou a pedir ao Ministério da Educação a abertura do complexo escolar de Monsanto, mas a tutela insistiu no seu encerramento.

"Neste momento, a não ser perseguição política, não entendo a razão do encerramento. Não há uma razão explicativa. Porque é que mantêm outras escolas abertas no distrito de Castelo Branco, na região Centro e no país, com menos alunos e distâncias percorridas e aquela [Monsanto] não?", disse Armindo Jacinto.

Segundo o autarca, há crianças de cinco anos a fazer 70 quilómetros, "uma violência".

"Pedi exatamente esta explicação ao Ministério da Educação: Porque é que Monsanto é menos do que os outros? Não há nenhuma escola com uma situação tão complicada como esta em termos de distância", disse.

Armindo Jacinto sublinhou ainda que um grupo que tem várias escolas na zona de Lisboa pediu um polo para Monsanto, mas que até hoje também não obteve qualquer resposta por parte da tutela.

O município de Idanha-a-Nova tem exigido a abertura da escola pública de Monsanto e, neste momento, continua a decorrer um processo em tribunal.

No ano letivo anterior, a população e os autarcas locais manifestaram-se publicamente e consideraram que o encerramento do complexo escolar de Monsanto era "um ato de traição" por parte do Governo.

A Câmara de Idanha-a-Nova acabou por disponibilizar uma funcionária, professora do 1.º ciclo, para acompanhar as crianças na componente de apoio à família e manteve em funcionamento o complexo escolar, ao mesmo tempo que recorreu a tribunal para evitar o seu encerramento.