"Os órgãos pélvicos são constituídos pela vagina, útero, bexiga, uretra e reto. São suportados e mantidos na sua posição anatómica normal pelo pavimento pélvico, constituído essencialmente pelos ossos da bacia, músculos e por tecido conjuntivo especializado chamado fascia. Se o suporte muscular e/ou fascia romperem ou enfraquecerem inicia-se o processo de formação do prolapso genital", explica António Fonseca, Coordenador da Unidade de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Lusíadas Lisboa.

E justifica: "A idade e os partos por via vaginal são as principais causas do prolapso genital. As causas menos relevantes incluem a menopausa, a cirurgia pélvica anterior, a intensa atividade física, fatores genéticos e fatores que aumentam a pressão intra-abdominal como obstipação, obesidade e tosse crónica".

Muitas vezes não existem sintomas associados. "Mas, quando existem, os principais são a sensação de massa ou peso pélvico, dores pélvicas ou lombares, perda de urina com o esforço, queixas de disfunção sexual e queixas de pressão pélvica que se agravam com o esforço, posição de pé, tosse e no final do dia", esclarece o médico.

O diagnóstico é essencialmente clínico, assente na história médica, observação, exame ginecológico e retal.

"Após o diagnóstico, o tratamento é fundamentalmente cirúrgico, embora nas doentes com contraindicação cirúrgica ou que recusem a cirurgia, podemos optar por uma terapêutica conservadora, não definitiva, com recurso a medicamentos", conclui António Fonseca.