“Os processos de denúncia ocorrem ocasionalmente, sendo sempre encaminhados para a IGEC (Inspeção Geral de Educação e Ciência) e para o Ministério Público que apuram responsabilidades e determinam as sanções a aplicar, quando tal se justifique. Nesta fase o processo está a entrar em fase de averiguação e estará em segredo de justiça, nada mais havendo, por ora, a declarar”, lê-se num comunicado do IAVE.

O mesmo documento remete para os “próximos dias” outros esclarecimentos sobre o caso, nomeadamente no que diz respeito a “aspetos estatísticos, históricos, metodológicos, de enquadramento, suas consequências”, entre outros.

O IAVE remeteu hoje para a Inspeção-Geral de Educação e Ciência (IGEC) e para o Ministério Público informações sobre uma alegada fuga de informação no exame de Português do 12.º ano. O jornal Expresso teve acesso a um áudio que circulou nas redes sociais alguns dias antes do exame nacional e que revelava o que ia sair na prova e que se confirmou. Segundo o áudio, a fuga partiu da “presidente de um sindicato de professores”.

Leia também: Como alimentar o cérebro em época de exames?

Na gravação, feita por uma aluna que não se identifica, pode ouvir-se a estudante a dizer: “Ó malta, falei com uma amiga minha cuja explicadora é presidente do sindicato de professores, uma comuna, e diz que ela precisa mesmo, mesmo, mesmo só de estudar Alberto Caeiro e contos e poesia do século XX. Ela sabe todos os anos o que sai e este ano inclusive”. “Pediu para ela treinar também uma composição sobre a importância da memória e outra sobre a importância dos vizinhos no combate à solidão”, acrescenta a aluna na gravação.

Segundo o Expresso, a situação foi denunciada ao Ministério da Educação por Miguel Bagorro, professor na Escola Secundária Luísa de Gusmão, em Lisboa, que teve conhecimento da gravação no sábado, através de um aluno a quem dava explicações de Português.