Até ao momento, já foram consultadas 145 mulheres para tomada de decisão sobre a preservação da sua fertilidade, das quais 93 "realizaram técnica de preservação da fertilidade", antes do início da terapêutica oncológica, refere o CHUC, numa nota de imprensa.

O Centro de Preservação da Fertilidade (CPF), que conta desde 2014 com novas instalações, surgiu pela importância de se responder "às necessidades reprodutivas de doentes, que irão realizar tratamentos possivelmente comprometedores da sua função reprodutiva futura, designadamente os doentes oncológicos", explana o hospital.

De acordo com o CHUC, este centro "é o único serviço do Sistema Nacional de Saúde que disponibiliza a técnica de criopreservação de tecido ovárico".

O centro disponibiliza também a preservação de esperma, tendo-o feito a 188 homens até dezembro de 2014, informou em fevereiro à agência Lusa a diretora do centro, Ana Almeida Santos.

"Idealmente, os doentes têm de vir assim que lhes é diagnosticado o cancro", visto que se deve fazer a preservação antes de o tratamento começar, aclarou, considerando que, "no momento em que se trata da doença, também se tem que pensar na vida para além do cancro".

Segundo a psicóloga do centro, Cláudia Melo, para além da preservação da fertilidade, a possibilidade de se falar no futuro e de o doente ter um projeto de parentalidade "leva a uma melhor adaptação na sobrevivência" - uma fase com "níveis de depressão e ansiedade muito elevados".

A equipa do CPF é composta por seis médicos, uma psicóloga, dois embriologistas e uma farmacêutica.

O CPF, apesar de estar localizado em Coimbra, está disponível para "servir e tratar" doentes de todo o território nacional.