Portugal é o segundo país da Europa com menor taxa de natalidade e continua a haver mais gente a morrer do que a nascer.

"Esta é a dura realidade em que vivemos e existe a necessidade de se criarem mais e melhores condições para as famílias portuguesas para aumentar o seu agregado familiar. O governo tem a responsabilidade de criar mais-valias económicas para que isto aconteça mas também é responsabilidade da comunidade médica encontrar soluções para que os casais e as mulheres se sintam bem acompanhados", reivindica o médico Daniel Pereira da Silva.

Segundo os dados mais recentes do INE, são cada vez mais as mães que têm filhos com 35 ou mais anos de idade sendo que se tratam de 35,5% dos casos.

"A necessidade de adaptação por parte das famílias portuguesas e da necessidade dos médicos se adaptarem a esta nova realidade de as mulheres serem mães cada vez mais tarde. Certamente que este contexto social trás novos desafios médicos relacionados com a fertilidade e outras questões relacionadas com comorbilidades e doenças que aumentam de prevalência com a idade. Os especialistas têm uma grande responsabilidade nos dias de hoje", completa o presidente da Federação.

Debate

O maior encontro nacional de especialistas de Ginecologia e Obstetrícia realiza-se entre 1 e 4 de junho, em Coimbra, e é organizado pela Federação das Sociedades Portuguesas de Obstetrícia e de Ginecologia (FSPOG), da qual Daniel Pereira da Silva é o presidente.

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O encontro envolve todas as sociedades científicas na área da saúde da mulher e discute temas sobre obstetrícia, ginecologia, reprodução, natalidade e contraceção. Temáticas como a oncofertilidade e a preservação da fertilidade, as patologias na mulher grávida, a gravidez gemelar, a obesidade e a fertilidade são outros dos assuntos em discussão.

Este é um dos encontros nacionais mais importantes e reúne mais de 800 especialistas em representação de várias sociedades científicas a nível nacional. A nível internacional conta com a presença de especialistas oriundos dos Estados Unidos, Reino Unido, Espanha, Holanda, Israel, França, Alemanha e Bélgica.

Daniel Pereira da Silva sublinha que "este tipo de iniciativas são fundamentais para a discussão das inovações na área e perceber melhor quais as principais alterações do contexto da saúde da mulher através da troca de experiências e da abordagem aos principais problemas e novidades com os quais os médicos se depararam nos últimos tempos. Na verdade, trata-se de delinear um caminho conjunto para o futuro".

O 21.º Congresso de Obstetrícia e Ginecologia conta na sua sessão de abertura com a apresentação do livro "Medicina Materno Fetal, 5ª edição" e a atribuição do Prémio de Mérito Científico de Obstetrícia e Ginecologia 2017 a Carlos Ferreira de Oliveira, especialista que em muito contribui para um melhor conhecimento na área.