O estudo "Adding It Up: Investing in Contraception and Maternal and Newborn Health, 2017" calcula que 214 milhões de mulheres em países em desenvolvimento querem evitar a gravidez mas, por vários motivos, não usam métodos modernos de contraceção.

Produzido pelo Instituto Guttmacher, o estudo mostra que os serviços de contraceção e os serviços de saúde materna e neonatal nos países em desenvolvimento, que incluem Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, ficam aquém das necessidades.

Das 89 milhões de gravidezes indesejadas, 66 milhões resultam da falta de acesso a contraceção e quase nove milhões do uso de métodos tradicionais, com maior incidência em África e nos países de menores rendimentos. Outras consequências são 30 milhões de nascimentos não planeados e 48 milhões de abortos induzidos.

O estudo admite que tem sido registado progresso, ainda que lento: o número de mulheres com acesso a formas mais eficazes de controlo da natalidade aumentou de 510 milhões em 2003 para 671 milhões em 2017.

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Mas, comparando os mesmos dois anos, o número de mulheres sem este tipo de recursos continuou a aumentar, de 210 milhões em 2003 para 214 milhões em 2017. "Investir tanto em cuidados contracetivos como cuidados essenciais para os cuidados maternos e recém-nascidos tem o maior impacto na prevenção de mortes desnecessárias", afirmou Jacqueline Darroch, autor principal do estudo.

O Instituto Guttmacher estima que cada dólar norte-americano (0,88 euros) investido em métodos contracetivos permite poupar 2,3 (2 euros) dólares em cuidados de saúde às mulheres grávidas e recém-nascidos. Mas, gastar 8,4 dólares (7,39 euros) por ano por pessoa em meios de planeamento familiar e cuidados de saúde básicos a mulheres grávidas e recém-nascidos, pode evitar a morte de 2,2 milhões de bebés e de 224 mil mães.