“A greve teve uma grande adesão a nível do mercado escolar e a nível do setor hospitalar, mas também houve muitos centros de formação e algumas fábricas encerrados”, disse à agência Lusa o sindicalista Francisco Figueiredo, no final de uma reunião da Federação dos Sindicatos da Administração Pública e das Entidades com fins públicos (FESAP) para analisar os efeitos da paralisação.

Hoje foi feito o levantamento de 200 cantinas e “verificámos que mais de 100 cantinas escolares estiveram encerradas, das quais cinco escolas não deram aulas”, disse o dirigente sindical. “Entre aquelas [cantinas] que tiveram menos adesão, aquelas dezenas de hospitais que tiveram adesão de 100%, onde foram apenas garantidos os serviços mínimos, e estas 100 cantinas escolares que estiveram encerradas, a greve ultrapassou, em termos médios, os 70% de adesão”, frisou.

Na reunião dos sindicatos ficou decidido fazer um pedido de reunião como caráter urgente ao Ministério da Educação devido a “situações inaceitáveis” que ocorreram nas escolas.

Para o dirigente sindical, as escolas que tiveram sem funcionários na cantina deviam ter encerrado. “Verificámos que em grande parte destas escolas [95] as crianças ficaram sem alimentação”, tendo sido em muitos casos pedido aos pais que levassem comida. Noutras situações foram servidas sandes aos alunos e um sumo.

Os sindicatos pretendem dizer ao ministro da Educação que “não é aceitável que os conselhos escolares tenham” feito “uma grande pressão sobre as cozinheiras”, que têm contratos precários, “para não aderirem à greve, implorando-lhes para verem a greve com o coração, que eram crianças que iam ficar sem comer”, disse Francisco Figueiredo. Por outro lado, sublinhou, também são inaceitáveis situações em que “os conselhos escolares puseram funcionários da câmara a substituir os trabalhadores das cantinas”.

Estes são os almoços nas escolas de todo o mundo

A federação da hotelaria decidiu ainda pedir uma audiência à associação patronal ARESP para “retomar o processo de negociação do contrato coletivo de trabalho”, porque não aceita o valor do aumento salarial e a “retirada brutal dos direitos” que pretende fazer a estes trabalhadores. “Os dois por cento de aumento para estes sete anos [que os trabalhadores estiveram sem aumento] representam uma perda salarial de 7%, o que pode significar cerca de 40 euros que os trabalhadores ficam a receber menos”, disse Francisco Figueiredo.

Os sindicatos pretendem que a associação patronal “reconsidere a sua posição e assegure uma evolução faseada, mas segura, de repor a diferença” que havia em relação ao salário mínimo nacional. “O setor vive uma boa situação, cada vez tem mais cantinas, cada vez há mais refeições servidas” e, por isso, não é aceitável este aumento, defendeu o sindicalista.

Um bocadinho de gossip por dia, nem sabe o bem que lhe fazia.

Subscreva a newsletter do SAPO Lifestyle.

Os temas mais inspiradores e atuais!

Ative as notificações do SAPO Lifestyle.

Não perca as últimas tendências!

Siga o SAPO nas redes sociais. Use a #SAPOlifestyle nas suas publicações.