"Os funcionários ficam aquém das necessidades e estão cansados", disse à Lusa Helena Ribeiro, que trabalha naquela escola.

Esta manhã, os auxiliares educativos do estabelecimento concentraram-se junto à entrada da escola, acompanhados por dirigentes da associação de pais, que se solidarizaram com o protesto. A auxiliar de ação educativa explicou que o problema se agravou com a recente remodelação da escola, que aumentou o número de salas e as áreas a tratar.

Para cada pavilhão do estabelecimento há um funcionário, o que é insuficiente, precisou, dando como exemplo a sobrecarga de trabalho a que estão a ser sujeitos os auxiliares para garantir a limpeza de todos as salas.

Helena Ribeiro disse à Lusa esperar que a greve de hoje alerte os responsáveis para o problema e para a necessidade de serem contratados funcionários. Caso não seja possível, acrescentou, que se avance para a contratação de tarefeiros que ajudem nas tarefas.

Eduardo Pereira, da Associação de Pais, disse à Lusa que está solidário com as reivindicações dos auxiliares. O dirigente explicou que a escola tem mais de 1.400 alunos e 80 salas, uma dimensão que não é compatível com o número de funcionários. "Estamos preocupados com a segurança dos nossos filhos", comentou.

À Lusa, acrescentou que a Associação de Pais informou a tutela, em fevereiro, das dificuldades que têm sido identificadas ao nível dos auxiliares de ação educativa, mas nada foi feito até ao momento. Eduardo Pereira alertou que a recente remodelação da escola criou muitos espaços novos, mas o número de funcionários manteve-se, o que se agrava com o cansaço que muitos funcionários vão evidenciando.

Apesar das dificuldades provocadas pela greve da manhã de hoje, as atividades letivas começaram com normalidade, disse à Lusa o diretor. "Os professores estão nas salas e os membros da direção ajudaram a organizar o início das aulas", explicou José Teixeira.

O diretor avançou à Lusa que se trata de uma paralisação até às 10:30 dos auxiliares de ação educativa, previamente anunciada. Segundo o responsável da escola, de acordo com os rácios oficiais, os 27 funcionários são suficientes, mas a recente diminuição do horário de trabalho semanal, das 40 para as 35 horas, criou dificuldades acrescidas. Além disso, frisou, a remodelação do estabelecimento também criou áreas maiores, que obrigam a maior dispersão dos funcionários.