"Cada hora de trabalho que investimos em prol destas crianças que se encontram em situações sociais frágeis, que se encontram nas franjas mais vulneráveis da nossa sociedade, é um trabalho que fazemos em prol do futuro de todos nós, porque estas crianças serão os adultos de amanhã", salientou Ana Sofia Antunes.

A governante homologou, na Escola Azevedo Neves, na Amadora, protocolos da Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens e 12 municípios e uma instituição de solidariedade para o reforço de técnicos das Comissões de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ).

"A realidade é dura e, na verdade, este trabalho só é possível ser feito porque as pessoas que aqui se mantêm, os técnicos que aqui se mantêm a fazer este trabalho diariamente são técnicos que vestem a camisola, e se assim não for não se aguentam nestas funções", frisou Ana Sofia Antunes.

A secretária de Estado explicou que foram assinados, durante a manhã, acordos de cooperação com autarquias e uma instituição da Área Metropolitana de Lisboa e da região do Algarve, e à tarde, no Porto, serão assinados mais acordos com 14 municípios das zonas Norte e Centro.

"Considerando o país, na sua globalidade, estaremos com esta iniciativa a contratar 80 novos técnicos para trabalhar nas Comissões de Proteção de Crianças e Jovens, abrangendo um total de 42 comissões de proteção, respeitantes a 38 municípios", vincou a governante.

Além da redução do número de processos afetos a cada técnico, com um investimento global estimado de cerca de 1,2 milhões de anos, Ana Sofia Antunes apontou como prioridades a instalação das comissões regionais e o reforço das comissões restritas.

O presidente da Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção de Crianças e Jovens notou que "a prevenção é fundamental" e que o reforço de técnicos é "um ato de grande responsabilidade e também de grande esperança".

"Ganhámos o campeonato da Europa de futebol, o que é uma alegria, mas temos outros campeonatos, campeonatos que temos de vencer, sem dúvida nenhuma", afirmou Armando Leandro.

O dirigente do organismo que coordena as CPCJ sublinhou que o país não terá "presente e futuro de qualidade se não concretizar os direitos das crianças", reiterando a importância do apoio das autarquias no investimento "no bem-estar das crianças e também no bem-estar das comissões".

A presidente da Câmara da Amadora, Carla Tavares (PS), destacou que a proteção das crianças "não é um dever só dos políticos, não é um dever só das organizações do Estado, é um dever de todos, é um dever de todas as instituições que recebem dinheiros públicos para desenvolver as suas atividades".

"Todo o trabalho que se faça, quer ao nível da violência doméstica, quer ao nível dos maus tratos das crianças, nós ganhamos muito mais, e o país com certeza poupará no futuro, no curto prazo e no médio prazo, muitos recursos se todos conseguirmos apostar na prevenção", vincou.

A autarca preconizou o reforço na prevenção e lamentou que, na Amadora, apenas uma instituição e as juntas de freguesia se tenham disponibilizado para trabalhar em ações de proteção das crianças e jovens.

"As situações não acontecem só nas famílias mais carenciadas, ou nas famílias mais desestruturadas, bem pelo contrário", alertou.

Os acordos de cooperação para o reforço das CPCJ foram assinados com os municípios de Amadora, Almada, Faro, Loulé, Loures, Montijo, Odivelas, Oeiras, Portimão, Sintra, Vila Franca de Xira e um centro paroquial da Moita.