O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, devolveu à Assembleia da República os diplomas, aprovados no início da presente legislatura, que permitem a adoção por casais do mesmo sexo e revogam as alterações introduzidas à lei do aborto.

Em comunicado, a Federação Portuguesa pela Vida lembra que no centro da Lei de Apoio à Maternidade e à Paternidade estão “o sentido de responsabilidade perante o futuro, os direitos das mulheres (à informação e ao apoio) no caso de risco de aborto e o apoio à prática clínica informada”.

Sublinha que muitos portugueses não concordam com esta lei e não aceitam que “uma mulher seja deixada sozinha às circunstâncias adversas ou até à pressão de terceiros, na opção pelo aborto legal”.

Para a federação, “uma sociedade solidária não nega apoio à maternidade; só uma classe dirigente “formatada” pelas ideologias e alheia aos reais problemas das mulheres pode revogar” a Lei de Apoio à Maternidade e à Paternidade.

“A realidade clama por um novo olhar para as questões da maternidade e da natalidade. O Parlamento precisa de tomar conhecimento da realidade”, defende no comunicado.

O vice-presidente da bancada socialista, Pedro Delgado Alves, já anunciou que vai reconfirmar a aprovação no parlamento dos diplomas hoje vetados pelo Presidente da República

"Não podemos deixar de lamentar que o Presidente da República, na reta final do seu mandato, continue empenhado em criar obstáculos e não em resolver questões de direitos fundamentais. Estamos perante vetos que não são definitivos e, por certo, a Assembleia da República vai ultrapassá-los", avisou o dirigente socialista.