A Associação de Famílias Numerosas congratulou-se hoje com os dados que indicam que cerca de 21% dos portugueses pensam ter um filho nos próximos três anos e defendeu a urgência de políticas adequadas às necessidades das famílias.

 

“Os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) são surpreendentes. A associação ficou satisfeita por perceber que existem muitos portugueses que desejam ter filhos, por isso, é urgente que sejam adotadas medidas adequadas às necessidades das famílias”, disse à agência Lusa a secretária-geral da Associação Portuguesa de Famílias Numerosas (APFN), Ana Cid.

 

De acordo com os dados do INE publicados na segunda-feira passada, cerca de 21% das mulheres e de homens em idade fértil pensam ter um filho nos próximos três anos.

 

“Caso 21% desta população venha a ter um filho nos próximos três anos, o número total de nascimentos neste período estará próximo dos 500.000, cerca de 165.000 nascimentos por ano, o que representa o dobro do atual número de nascimentos”, salientou Ana Cid.

 

No entender da mesma responsável, se existissem políticas públicas adequadas às necessidades das famílias que querem ter filhos, “seria possível atingir o índice de fecundidade pretendido e assegurar o retorno à sustentabilidade demográfica”.

 

De acordo com Ana Cid, há potencial para uma duplicação dos nascimentos nos próximos três anos.

 

“Tem de haver medidas urgentes no âmbito das questões económicas e sociais. Medidas relacionadas com a flexibilidade no trabalho, que facilitem a disponibilidade para os filhos bem como um maior acesso aos equipamentos (creches)”, afirmou Ana Cid, salientando que só assim será possível subir as taxas de natalidade.

 

Os dados do INE divulgados na segunda-feira passada indicam, em contraposição, que três em cada quatro portugueses não pensam ter filhos nos próximos três anos e que a quase totalidade dos inquiridos quer maiores incentivos à natalidade.

 

O Inquérito à Fecundidade (IFEC) 2013, realizado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) em parceria com a Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS), decorreu entre 16 de janeiro e 15 de abril e foi dirigido a uma amostra de mulheres com idades entre os 18 e 49 anos e de homens entre os 18 e os 54 anos.

 

O estudo estima que as mulheres e os homens residentes em Portugal têm em média 1,03 filhos, mas pensam chegar aos 1,78 filhos.

 

Este valor é superior ao que se verifica atualmente, o que, segundo o INE, permite "equacionar um cenário otimista quanto a uma possível recuperação dos níveis de fecundidade no futuro".

 

O inquérito revela ainda que, entre os mais jovens, o número de filhos já tidos e os que ainda tencionam ter é maior do que entre os mais velhos.

 

Por Lusa