“Queremos melhorar as condições de estudo e lutar por uma escola pública gratuita e de qualidade. Estamos contra o desinvestimento e os cortes que se têm vindo a acumular e que fizeram com que tivéssemos turmas ilegais, com mais de 30 alunos, e falta de funcionários”, disse à Lusa Inês Miranda, de 17 anos, da Escola Secundária Almeida Garret, em Gaia, na concentração junto à estação da Trindade.

“Apesar do desinvestimento, investem na banca com milhões que nos pertencem a nós”, criticou a aluna, uma das organizadoras do protesto no Porto, depois do apelo dos estudantes da Escola Secundária de Santa Maria, em Sintra, para que todas as escolas do país “se organizassem de forma a saírem à rua em luta”.

Antes de iniciar a deslocação para a Direção Regional de Educação do Norte (DREN), a estudante alertou para o corte “de 700 ME no próximo Orçamento de Estado”, explicando que um dos objetivos da manifestação é, também, “criar uma consciencialização” relativamente aos problemas da escola pública e “fazer com que os alunos cada vez mais saiam a rua a reivindicar aquilo a que tem direito”.

De acordo com Inês Miranda, participaram no protesto do Porto estudantes das Escola Secundária (ES) Almeida Garret e Oliveira do Douro, de Gaia, e das escolas secundárias Fontes Pereira de Melo, Carolina Michaelis, Rodrigues de Freitas e a Artística Soares dos Reis.

“Para os alunos de algumas escolas, não é muito fácil deslocarem-se ao centro do Porto, mas a ideia era que, se não conseguissem vir à manifestação, fizessem algo dentro da escola”, esclareceu.