Estudante portuguesa em Londres derrota firma de advogados em tribunal
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Ângela Maria Sousa Baptista está há mais de 40 anos em Inglaterra, onde foi atropelada em 2006. Por causa do acidente, ficou com incapacidade física, escreve o Jornal de Notícias.

Sete anos depois, foi indemnizada, mas a empresa de advogados que tratou do caso, a Hansen Palomares Solicitors, invocou em tribunal a incapacidade mental da portuguesa para gerir a indemnização.

Entretanto, a idosa, que é analfabeta e que não conseguia reaver o dinheiro, conheceu no restaurante do Futebol Clube do Porto, em Londres, a jovem Alexandra da Silva, natural de Cardielos, Viana do Castelo.

A estudante do segundo ano de Direito disponibilizou-se para ajudar a idosa e tornou-se representante legal da mesma - na qualidade de "litigation friend" (amigo de litígio) - uma figura prevista na lei inglesa que não existe em Portugal.

"Foi nessa qualidade que elaborei uma exposição, em novembro do ano passado, em que defendi que Ângela Baptista tinha capacidade intelectual para gerir o dinheiro", contou Alexandra da Silva ao Correio da Manhã.

Em novembro de 2016, a estudante avançou com um requerimento judicial, apresentou provas sobre a sanidade mental da lesada e requereu a restituição dos bens da madeirense. Entretanto o tribunal pediu uma perícia médica - que atestou a saúde mental da idosa - e decidiu a favor da madeirense.

A firma de advogados tem agora 21 dias para recorrer ou até ao início de outubro para devolver os bens a Ângela Maria Sousa Baptista.