FOTO DE ARQUIVO/LUSA

"A gestão e constituição de turmas não é competência do município, mas este tudo tem feito, junto das entidades competentes, para que não haja redução do número de turmas, dado que em julho estavam matriculadas 82 crianças", refere a câmara, em nota enviada à Lusa.

A EB1 de Aborim apareceu hoje fechada a cadeado, num protesto contra a existência de uma turma mista, que acolhe alunos dos 1.º e 3.º anos.

O presidente da Associação de Pais, Domingos Alberto, disse à Lusa que "a escola reúne todos os requisitos" para ter quatro turmas, não havendo "nada que justifique a mistura na mesma sala" de alunos de anos diferentes.

"Há sete anos, a escola de Aborim passou a servir também as freguesias vizinhas de Quintiães e Aguiar, tendo-nos sido dada a garantia de que nunca haveria turmas mistas", acrescentou.

Turmas mistas uma "exceção", diz o Governo

Contactado pela Lusa, o Ministério da Educação lembrou que as turmas mistas são "a exceção", sublinhando que a tendência demográfica e a migração da população condicionam a gestão da formação das turmas, "havendo casos em que há apenas um ou dois alunos de um determinado nível".

"Isto implica tomar a decisão difícil de escolher entre deslocar estas crianças para localidades que podem ficar a dezenas de quilómetros ou inseri-las em grupos mistos", acrescentou.

Domingos Alberto explicou que, para este ano letivo, a escola de Aborim contava com 14 alunos para o 1.º ano, quatro dos quais condicionais por causa da idade, e 16 para o 3.º ano.

Com este número de alunos, 30 no total, seria impossível formar uma turma mista, uma vez que apenas são permitidos 26, no máximo.

"A tutela sugeriu que os quatro alunos condicionais ficassem mais um ano no pré-primário ou escolhessem outras escolas. Os pais acabaram por os matricular noutras escolas e, assim, já foi possível formar uma turma mista com 26 alunos. Mas nós estamos contra e não vamos desistir do protesto até que esta situação seja revertida, ou seja, até que abram as quatro turmas", frisou.