Segundo o presidente desta Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), Fernando Silva, o encerramento das valências de infância (decisão tomada por maioria em Assembleia Geral Extraordinária) deve-se à redução progressiva do número de crianças em idade pré-escolar na freguesia, o que tem vindo a criar problemas financeiros.

"Na última meia dúzia de anos, por força da redução das crianças, temos vindo a acumular milhares de euros de prejuízo, o que levou a que pela primeira vez, no ano passado, o Centro tenha tido um prejuízo superior a 60 mil euros", explica Fernando Silva, acrescentando que os prejuízos na área de infância colocam também em risco a Área da Terceira idade (lar e Centro de Dia, que, neste momento, têm 60 e 30 utentes, respetivamente).

O encerramento das valências destinadas à infância está a ser recebido com grande apreensão pelos pais das crianças que frequentam a instituição e também por alguns sócios, que numa reunião realizada na noite de segunda-feira, em que terão participado 65 pessoas, decidiram criar uma Comissão de Acompanhamento do processo, integrada por dois autarcas da freguesia, e representantes dos pais, educadores, funcionários e residentes de Avelãs de Cima.

"A primeira medida desta Comissão será pedir uma reunião com urgência à direção do Centro Social para esclarecer o que se está a passar. A Junta de Freguesia vai também solicitar uma reunião para discutir o assunto à Segurança Social de Aveiro", disse à agência Lusa João Pereira, sócio do Centro Social.

Para além das oito trabalhadoras, o encerramento das valências de infância afeta 15 crianças que frequentavam a creche, 17 crianças no pré-escolar e 16 que frequentavam as atividades de tempos livres (ATL).

Segundo Fernando Silva, o número de crianças no Centro tem vindo a diminuir e a previsão para o próximo ano apontava para a inscrição de apenas 11 alunos.

Fernando Silva garante que o encerramento das valências de infância é a medida adequada para garantir a sobrevivência do Centro, lembrando que a pouco mais de um quilómetro de distância existe um polo escolar público que pode "absorver" as crianças do pré-escolar, enquanto as restantes podem ser encaminhadas para diversas instituições situadas nas freguesias limítrofes.

O presidente do Centro garante ainda que, "se assim o desejarem", as seis auxiliares podem ser reencaminhadas para os serviços de Terceira Idade, com o mesmo salário e revela que "tudo está a decorrer com conhecimento da Segurança Social".

A área que ficar devoluta com o fim das valências para infância será usada para expandir o programa de apoio domiciliar (confeção de refeições) e para expansão do Centro de Dia.

O Centro Social, Cultural e Recreativo da Freguesia de Avelãs de Cima (CSCRFAC) foi constituído por escritura pública em junho de 1981 e iniciou a sua atividade em agosto de 1993 com o Centro de Dia, posteriormente com Creche, ATL, e Jardim-de-infância.

Mais tarde, alargou o seu âmbito de ação na área da Terceira Idade, para o Apoio Domiciliário (1997) e Lar de Idosos (1999).

O CSCRFAC é uma IPSS situada na Rua das Palmeiras, lugar de S. Pedro, pertencendo à freguesia de Avelãs de Cima e ao concelho de Anadia.

Atualmente, segundo dados disponibilizados na sua página oficial, o CSCRFAC presta apoio na área da terceira idade, a cerca de 125 idosos, e na área da infância aproximadamente a 60 crianças.